A 24ª edição da Femagri – Feira de Máquinas, Implementos e Insumos Agrícolas –, realizada pela Cooxupé, nesta quarta (19) e quinta-feira (20), bateu recorde de público, confirmando o otimismo dos organizadores em relação ao cenário de investimentos em tecnologias para as lavouras por parte dos cafeicultores do Sul de Minas Gerais e da média mogiana paulista.
Nos dois dias, a feira recebeu 27,7 mil produtores e cooperados, o maior número de todas as edições. A feira se estende até está sexta-feira (21); a expectativa dos organizadores é, nos três dias eventos, receber mais de 35 mil pessoas.
Para o presidente da Cooxupé, Carlos Augusto Rodrigues de Melo, a parcial dos números registrada até o momento indica que as expectativas da cooperativa devem ser superadas.
“A Femagri é um espaço que une negócios e, principalmente, conhecimento para toda a família dos nossos cooperados. Os cafeicultores entenderam a mensagem de aproveitar o bom momento do preço do café para investir nas lavouras, buscando na Femagri soluções para elevar a qualidade na produção e a produtividade dos cafezais diante dos impactos climáticos”, afirma.
Maquete Dinâmica entre os destaques
Uma maquete dinâmica idealizada pelo engenheiro agrônomo e especialista em adequação ambiental em propriedade rural, José Carlos Perdigão, está chamando a atenção dos produtores por transmitir de forma prática e pedagógica a importância da cobertura florestal na infiltração da água do solo e recarga das nascentes na época da seca.
Utilizando uma maquete, que ilustra um cenário de dois morros separados por um rio, José Carlos reproduz a erosão do solo em pequena escala. Ele explica que durante a erosão ou arraste do solo em um morro sem vegetação, os sedimentos descem rapidamente à encosta e “entopem” o rio, que sofre o assoreamento. À medida que a chuva continua, a água se acumula, provoca enchentes, polui o rio e afeta a vida de animais e pessoas.
Por outro lado, no morro coberto por mata, a água precipitada escorre limpa e em quantidade menor para o rio, uma vez que galhos, folhas e ramos ajudam a reter os sedimentos. A presença de vegetação também faz com que a chuva se infiltre com mais facilidade no solo, abastecendo os lençóis freáticos, chamados pelo engenheiro de “caixa d’água da natureza”.
“Quanto mais matas preservadas, há mais água disponível nessa região. Então, a gente quer revelar a importância da conservação ambiental e, onde foi destruído, revelar a importância da restauração florestal”, conta Perdigão.