A segunda quinzena de março trouxe mudanças no clima da região Centro-Sul do Brasil, com tempo encoberto e chuvas mais generalizadas, segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) analisados pela DATAGRO. Em apenas cinco dias, o volume de precipitação atingiu 37,1 mm, superando os 29,3 mm da primeira quinzena. Ainda assim, o acumulado do mês permanece abaixo da média histórica, alcançando apenas 39,8% do esperado (66,0 mm).
Entre os estados produtores de cana-de-açúcar, os volumes registrados foram:
- Mato Grosso: 215,4 mm (81,2% do esperado);
- Mato Grosso do Sul: 89,6 mm (72,1%);
- Minas Gerais: 69,4 mm (35,1%);
- Paraná: 62,2 mm (46,3%);
- São Paulo: 57,2 mm (38,6%).
“Apesar do volume abaixo da média, os canaviais continuam se desenvolvendo graças à umidade residual, mas a tendência de queda preocupa os produtores, principalmente considerando a escassez típica dos próximos meses”, ressalta a DATAGRO.
Previsão climática indica frente fria e nova rodada de chuvas
A partir de domingo, 23 de março, uma nova frente fria deve provocar chuvas em toda a região Centro-Sul, com possibilidade de se estender até o dia 26. Os modelos climáticos divergem quanto ao volume esperado:
- ECMWF: 20 a 50 mm;
- Meteoblue: 40 a 70 mm;
- COSMO/INMET: 10 a 40 mm;
- NOAA: 15 a 45 mm.
Novas chuvas podem ocorrer nos últimos dias de março e início de abril
Para abril, a previsão indica chuvas abaixo da média na primeira semana em toda a região Centro-Sul, segundo o modelo ECMWF. A partir da segunda e terceira semanas, as precipitações devem se normalizar em partes do Paraná, leste de São Paulo, sul de Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, enquanto as demais áreas seguem abaixo da média. Outros modelos, como o Meteoblue, indicam chuvas próximas da média em grande parte da região, exceto no Paraná e sul de São Paulo.
Período de indução floral termina com condições desfavoráveis
Hoje, 21 de março, marca o fim do período de indução floral nos canaviais da região Centro-Sul, iniciado em 21 de fevereiro. O ciclo terminou com condições climáticas desfavoráveis ao florescimento, devido à escassez de chuvas e alta radiação solar. Apesar do período chuvoso entre outubro e janeiro, a recente falta de precipitações preocupa os produtores.
Com o início do outono, estação de transição para o inverno, as chuvas tendem a se tornar mais escassas e as temperaturas mais amenas, exigindo atenção redobrada do setor sucroenergético para o manejo das lavouras.