O Governo do Acre, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura (Seagri), realizou nesta quinta e sexta-feira (3 e 4) uma visita técnica à sede da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Porto Velho (RO). A iniciativa tem como foco o fortalecimento da cadeia produtiva da castanha, considerada essencial para a economia do estado.
Segundo o governo acreano, a castanha-do-Brasil ocupa papel estratégico no setor agropecuário local. Em 2023, foi o terceiro principal produto em geração de renda no agronegócio estadual, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Também lidera entre os produtos de extração vegetal no estado.
A visita teve como objetivo identificar novas tecnologias e soluções para aumentar a produtividade e a resiliência da castanheira. Diante das mudanças climáticas, a safra têm sido afetada negativamente nos últimos dois anos.
“Essa iniciativa é estratégica para identificar inovações que possam aumentar a produtividade e a resiliência da castanha frente às mudanças climáticas, garantindo a sustentabilidade econômica e ambiental do setor”, destacou a engenheira agrônoma da Seagri, Eneide Taumaturgo.
A chefe-geral da Embrapa Rondônia, Lúcia Wadt, explicou que a instituição trabalha no melhoramento genético da castanheira, com clones do Acre e de Rondônia. “Avaliamos características como crescimento, formato da copa, floração e frutificação. Temos avançado significativamente no desenvolvimento genético das mudas”, afirmou.
Segundo o Observatório Castanha-da-Amazônia (OCA), a cadeia produtiva da castanha movimenta cerca de R$ 2 bilhões por ano no Brasil. Com isso, a cultura beneficia milhares de famílias extrativistas em diversos estados da região amazônica.
Projeto Refloresta Castanha
A Seagri também desenvolve o projeto Refloresta Castanha: Garantindo o Futuro da Castanha-do-Brasil no Acre, que prevê o plantio de castanheiras em áreas degradadas e clareiras de floresta. A expectativa é beneficiar cerca de 400 famílias com dois hectares de plantio por núcleo produtivo.
Além disso, cerca de 500 extrativistas do Alto Acre, Baixo Acre e Purus estão recebendo capacitação para a produção de mudas por meio de mini estufas, com foco na recuperação florestal e aumento da produtividade.