O agronegócio paulista manteve o ritmo de crescimento no comércio exterior e fechou os nove primeiros meses de 2025 com superávit de US$ 16,81 bilhões na balança comercial.
O saldo positivo é resultado de exportações de US$ 21,15 bilhões e importações de US$ 4,34 bilhões, segundo análise da Diretoria de Pesquisa dos Agronegócios (Apta), vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. Entre janeiro e setembro, o agro no representou 40,3% do total exportado pelo estado.
No cenário brasileiro, o agronegócio de São Paulo ficou entre os líderes de exportação, respondendo por 16,7% das vendas externas do setor e ocupando o segundo lugar no ranking nacional, atrás apenas de Mato Grosso (17,4%). Minas Gerais aparece em terceiro, com 11,5%.
Açúcar e etanol lideram as vendas
O complexo sucroalcooleiro de SP segue como carro-chefe das exportações do setor, respondendo por 29,9% do total exportado, com faturamento de US$ 6,32 bilhões. O açúcar corresponde a 92,1% desse valor, enquanto o etanol por 7,9%.
Em seguida, o setor de carnes representou 14,9% das vendas externas, somando US$ 3,15 bilhões, com destaque para a carne bovina, responsável por 84,9% desse total.
Os produtos florestais ocuparam o terceiro lugar no ranking, com 10,5% de participação e US$ 2,21 bilhões exportados, impulsionados pela celulose (54,5%) e pelo papel (36,4%).
O suco de laranja também foi forte no período, com 10,2% de participação, atingindo US$ 2,15 bilhões. Já o complexo soja respondeu por 9,9% das exportações, somando US$ 2,10 bilhões, com predominância da soja em grãos (80,8%) e do farelo (14%).
Esses cinco grupos — açúcar, carnes, florestais, sucos e soja — representaram 75,4% das exportações do agronegócio paulista. O café vem logo na sequência, com 6,4% de participação e US$ 1,35 bilhão em vendas externas.
Parceria com China e Estados Unidos
A China permanece como o principal destino das exportações paulistas, com 24,2% de participação, comprando principalmente soja, carnes, açúcar e produtos florestais. A União Europeia ocupa o segundo lugar, com 14,4%.
E os Estados Unidos vêm logo atrás, com 12,7%, adquirindo sucos, carnes, café e etanol. Os embarques para os Estados Unidos registraram US$ 2,69 bilhões entre janeiro e setembro — um aumento de 13% em relação a 2024. O crescimento ocorreu antes da implementação das tarifas de 50%.
Após a medida, as exportações caíram 14,2% em agosto e 32,7% em setembro, na comparação com o mesmo período do ano anterior. O grupo de sucos, que ficou fora da lista, manteve bom desempenho, representando 34% das exportações para os EUA. Já os segmentos de carnes (15%), café (8,5%) e florestais (9,4%) registraram os maiores impactos.