Exclusiva

Expansão global do etanol tem como oportunidade mais madura sua adição à gasolina, diz Alckmin

Na Fenasucro & Agrocana, vice-presidente destaca que o agronegócio, em particular o segmento sucroenergético, é parte da solução para as mudanças climáticas e ativo de descarbonização 

O volume de etanol hidratado comercializado pelas usinas de São Paulo cresceu 23,6%, enquanto o preço do etanol recuou 2,12%, fechando abril a R$ 2,7253 por litro
Foto: Engin Akyurt/Unsplash

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, destacou, na abertura da Fenasucro & Agrocana, nesta terça-feira (12), em Sertãozinho (SP), que o potencial de expansão internacional do etanol tem como oportunidade mais madura a procura por mercados que buscam a adição do biocombustível à gasolina como medida de descarbonização, citando como exemplos mais palpáveis Índia, China e Japão. A autoridade participou remotamente. 

“O setor agro, em particular o segmento sucroenergético, é central para a questão ambiental, como parte da solução para as mudanças climáticas”, pontuou, acrescentando, ainda, que o “Brasil é exemplo de descarbonização”. 

Em sua exposição, Alckmin lembrou da implantação de recentes políticas públicas, entre as quais, a Lei do Combustível do Futuro, bem como os programas Mover (Mobilidade Verde) e Paten (Transição Energética), como pilares institucionais para expansão da mobilidade sustentável no país.

Ainda nesta agenda, o vice-presidente também mencionou os mercados que se abrem com a necessidade de descarbonização dos setores aéreo e naval. “Podemos ser grandes produtores de combustíveis sustentáveis de aviação e marítimo, e nisso temos compromisso com a defesa do etanol”.

Neste raciocínio, o presidente do Conselho da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar), Carlos Ubiratan, complementou ao qualificar o etanol brasileiro como o de menor pegada de carbono mundial, o que o torna a fonte mais elegível para os biocombustíveis avançados destinados a aeronaves e navios.

“É um horizonte promissor, que tem nos modelos híbridos [elétrico/flex fuel] sua ponta de lança”, salientou o presidente do Conselho do Agronegócio da Fiesp, Jacyr Costa.

Na atividade que antecedeu a abertura da Fenasucro & Agrocana, o presidente da DATAGRO, Plinio Nastari, enfatizou que o Brasil chega à COP30 com um diferencial único. 

“O Brasil tem a oportunidade de mostrar ao mundo o que fez nas últimas décadas, atingindo um marco extraordinário: 50% da sua oferta interna de energia é renovável. É disparado o país com a maior proporção de matriz energética limpa”, disse. 

Por fim, o deputado federal Arnaldo Jardim (CIDADANIA-SP), presidente da Comissão Especial da Transição Energética e Produção de Hidrogênio Verde e relator do Combustível do Futuro, defendeu que a bioenergia seja tratada como prioridade estratégica nacional.

“A transição energética é a bandeira que o Brasil precisa. Temos muito a mostrar ao mundo, especialmente no biometano, nos biocombustíveis e no combustível sustentável da aviação. Nossos combustíveis podem ter uma pegada negativa, absorvendo carbono em vez de emitir”, concluiu Jardim.