Produção sustentável

Paraíba amplia cultivo de algodão agroecológico com apoio da Empaer

Colheita em Itatuba marca avanço do algodão agroecológico no Agreste; governo prevê expansão para 30 municípios em 2025

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Paraíba amplia cultivo de algodão agroecológico com apoio da Empaer

A Paraíba deu mais um passo importante rumo à produção sustentável com a realização do Dia Especial da Colheita do Algodão Orgânico, nesta quinta-feira (25), no Reassentamento Águas de Acauã, zona rural de Itatuba, no Agreste paraibano.

O evento reuniu famílias agricultoras, entidades da agricultura familiar, pesquisa e extensão rural, além de empresas da cadeia do algodão orgânico.

Com apoio técnico da Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer), o cultivo de algodão agroecológico colorido e branco ganha força na região e já mostra resultados promissores.

Governo da Paraíba quer triplicar alcance do projeto em 2025

Com os resultados positivos do projeto piloto, o Governo da Paraíba pretende expandir o cultivo de algodão agroecológico:

  • De 20 para 60 famílias beneficiadas
  • Em 30 municípios do Estado
  • Com previsão de 450 hectares cultivados em 2025

A proposta reforça o compromisso do Estado com a agroecologia, o desenvolvimento sustentável e a geração de renda no campo.

Plantio diversificado e sem agrotóxicos

Desde 2022, o roçado agroecológico no reassentamento é conduzido com técnicas sustentáveis. Em 2024, os agricultores receberam da Empaer a declaração de produção agroecológica, que reconhece práticas como:

  • Manejo do solo sem uso de defensivos agrícolas;
  • Preservação da biodiversidade local;
  • Cultivo consorciado com alimentos (feijão, milho, gergelim, jerimum, quiabo, maxixe e fava);

Essa abordagem garante resiliência ecológica, controle natural de insetos e renda diversificada para as famílias.

Assistência técnica garante segurança e autonomia aos produtores

O gerente regional da Empaer em Itabaiana, Paulo Emílio de Souza, destacou que o evento marca uma vitrine da produção sustentável.

A Empresa OCC – Organic Cotton fornece as sementes e garante a compra da produção após a colheita, fortalecendo o modelo de agricultura com mercado garantido.

O agricultor Cláudio José da Silva, participante do projeto, celebrou o retorno à cultura do algodão:

“Antes, eu tomava dinheiro emprestado para plantar. Agora planto sabendo o valor de venda. Com a assistência técnica da Empaer, o lucro pode dobrar.”

Parcerias fortalecem a agricultura familiar

A retomada do cultivo do algodão no Agreste é resultado da articulação entre diversas instituições públicas e privadas, como:

  • UEPB, UFPB, UFCG
  • Sebrae, MDA, Insa, Parque Tecnológico da Paraíba
  • Cehap e secretarias estaduais
  • Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB)
  • Empresas compradoras da produção

O presidente da Empaer, Aristeu Chaves, afirmou que a colheita é um marco para toda a extensão rural do estado.

Produção agroecológica antecede entrega de moradias do reassentamento

O Reassentamento Águas de Acauã abriga famílias atingidas pela construção da Barragem de Acauã, realocadas após processo de negociação com apoio do MAB e do Governo do Estado.

Mesmo antes da entrega das 100 unidades habitacionais pela Cehap, as famílias iniciaram a produção rural, mostrando comprometimento com a terra e autonomia produtiva.

“A produção começou antes mesmo das casas ficarem prontas. Isso mostra a confiança no projeto”, destacou Osvaldo Bernardo, coordenador do MAB/PB.

Paraíba quer retomar protagonismo na cotonicultura sustentável

A ampliação do algodão agroecológico coloca a Paraíba na rota da cotonicultura orgânica de base familiar, alinhada com tendências globais de:

  • Moda sustentável
  • Valorização da origem dos produtos
  • Produção sem uso de defensivos químicos

Com apoio técnico continuado, acesso a sementes certificadas e mercado garantido, o Estado projeta crescimento seguro e responsável da cadeia do algodão orgânico.

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