
A restrição hídrica, causada por irregularidades de chuvas e excesso de calor, impactou na produção de cana-de-açúcar na safra 2025/26, conforme informado pelo boletim da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), nesta terça-feira (4).
A entidade estima que a produção da cultura terá área de 8,97 milhões de hectares, avanço de 2,4% em relação à temporada anterior. Contudo, a alta não compensa a perda de 3,8% na produtividade média nacional do ciclo 2025/26, que é estimada em 74.249 quilos por hectare, influenciada principalmente pela condição climática pouco favorável.
Neste cenário, a Conab espera que a produção de cana-de-açúcar na temporada 2025/26 seja de 666,4 milhões de toneladas, queda de 1,6% em relação à safra anterior.
O Sudeste, principal região produtora de cana-de-açúcar do país, deve colher 420,2 milhões de toneladas na atual safra, volume 4,4% menor que o registrado no ciclo anterior. Em São Paulo, estado líder na produção, a redução é de 18,2 milhões de toneladas, reflexo da seca, altas temperaturas e incêndios que afetaram parte dos canaviais, prejudicando a rebrota e o desenvolvimento das lavouras.
No Norte, mesmo com aumento de área plantada, as condições climáticas desfavoráveis devem resultar em leve recuo na produção, estimada em 4 milhões de toneladas.
O Centro-Oeste também sente os efeitos do clima, com produtividade média de 77.024 quilos por hectare, queda de 1,9% frente à safra anterior. Por outro lado, ocorreu um avanço de 6% na área colhida, para 1,96 milhão de hectares, que deve garantir crescimento de 3,9% na produção e alcançar 151 milhões de toneladas.
No Nordeste, a produção deve chegar a 55,1 milhões de toneladas, aumento de 1,3% em relação ao ciclo 2024/25. A produtividade média permanece estável, em 60.630 quilos por hectare, enquanto a área cultivada cresce 1,2%.
Já no Sul, o cenário é positivo, com aumento de área e produtividade impulsionado por chuvas acima da média. A produção estimada para 2025/26 é de 36,2 milhões de toneladas, alta de 7,7% frente à safra anterior.