Agricultura

Aplicação eficiente de nitrogênio pode trazer economias ao agricultor

Análises indicam que manejo de precisão pode reduzir em até 30% a aplicação de fertilizantes sem queda de produtividade

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Foto: Greta Hoffman
Foto: Greta Hoffman

O setor agrícola de São Paulo, um dos maiores do país, poderia economizar entre R$ 700 milhões e R$ 1,1 bilhão por ano se adotasse práticas de monitoramento em tempo real e manejo mais eficiente do nitrogênio, mostra um estudo apresentado recentemente pela Stenon.

Essencial para culturas como cana-de-açúcar e milho, o fertilizante nitrogenado representa atualmente um dos maiores custos de produção.

A ureia importada, principal fonte do insumo, vem sendo negociada entre R$ 2,4 mil e R$ 2,6 mil por tonelada, mesmo após a queda de preços pós-pandemia. A instabilidade geopolítica no Leste Europeu e no Oriente Médio pressiona ainda mais o mercado, já que 17% da ureia usada no Brasil vêm do Golfo Pérsico.

De acordo com dados da Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA), os agricultores paulistas compraram 2,11 milhões de toneladas de fertilizantes no primeiro semestre de 2025, volume que deve dobrar até o fim do ano.

Considerando a mistura padrão de cultivos, estima-se que 1,4 milhão de toneladas de produtos nitrogenados sejam aplicadas em 8 milhões de hectares agrícolas no estado este ano.

Estudos de campo indicam que o manejo de precisão pode reduzir o uso de nitrogênio de 20% a 30% sem afetar a produtividade. Isso representaria uma economia de 0,28 a 0,42 milhão de toneladas do insumo por safra em São Paulo.

Além do impacto financeiro, a redução teria efeito direto na sustentabilidade: a produção de um quilo de ureia emite cerca de 1,9 kg de CO₂. Cortar 0,4 milhão de toneladas do produto poderia evitar até 760 mil toneladas de emissões, o equivalente a retirar 165 mil carros das ruas por um ano.