
O avanço da colheita do milho de verão safra 2024/25 vem elevando de forma pontual a oferta do cereal no mercado, o que passou a limitar, na última semana, os aumentos de preços em algumas regiões. Esse é o destaque do boletim semanal do Cepea-Esalq/USP, divulgado nesta segunda-feira (24).
“Em outras praças, sobretudo as que são produtoras da temporada da primeira safra de milho, as cotações chegaram a cair”, ressalta o dentro de pesquisas. De modo geral, contudo, pesquisas do Cepea mostram que as altas nos valores ainda prevalecem, sustentadas pela retração de grande parte dos vendedores, que priorizam os trabalhos de campo e as entregas de lotes de soja.
De acordo com levantamento realizado pela DATAGRO Grão até o dia 14 deste mês, a colheita do milho de verão 2024/25 atingiu 54,9% da área projetada para o Centro-Sul do Brasil, após um avanço de 8,7 pontos percentuais em sete dias. O ritmo dos trabalhos segue acima dos 52,8% registrados no mesmo período do ano passado e da média dos últimos cinco anos (51,2%).
Soja
As negociações envolvendo soja estiveram mais aquecidas na semana passada, aponta o Cepea-Esalq/USP. As maiores demandas, tanto externa quanto doméstica, elevaram os prêmios de exportação da oleaginosa no Brasil, o que, por sua vez, resultou em alta dos preços FOB nos portos brasileiros.
Segundo o Centro de Pesquisas, esse cenário limitou os recuos no spot nacional – em algumas regiões, os valores até encontraram sustentação. De modo geral, contudo, a maior oferta de soja e a queda do dólar seguem causando pressão sobre as cotações da oleaginosa, ainda de acordo com o centro de pesquisas.
Feijão
Os preços do feijão carioca de alta qualidade continuam subindo no mercado brasileiro, com produtores firmes nos valores pedidos, apostando em novas valorizações, fundamentados na escassez de grãos de melhor qualidade.
Pesquisadores do Cepea ressaltam que lotes superiores são encontrados em estoques armazenados em câmaras frias e em algumas regiões que conseguiram colher grãos de boa qualidade, como Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indicam que, até o dia 16 de março, 61,8% da área da primeira safra de feijão já havia sido colhida no Brasil.