
Uma pesquisa desenvolvida pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb) atestou a qualidade do cacau da Bahia. Segundo o estudo, o cacau baiano atende aos padrões internacionais de segurança alimentar, apesar da presença natural de metais pesados em solos da região.
O estudo foi conduzido pela doutoranda Tatiana Bastos, do Programa de Pós-Graduação em Agronomia da Uesb. Tatiana também utilizou dados da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO).
A investigação tem como foco principal analisar a presença de substâncias como cádmio, chumbo, cromo, bário e níquel no solo e nas amêndoas de cacau cultivadas em áreas de floresta nativa e sistemas agroflorestais da região.
“A análise dos teores de metais pesados contribui para garantir a segurança alimentar e a saúde dos consumidores, prevenindo a exposição a elementos tóxicos”, explica a pesquisadora.
Os resultados mostraram que níveis encontrados estão compatíveis com os limites estabelecidos pela FAO, indicando que o cacau é seguro para o consumo humano.
O trabalho de campo foi realizado em 41 municípios da Bahia, que integram a principal zona produtora de cacau no estado. Amostras de solo, folhas, serrapilheira e amêndoas foram coletadas e analisadas em laboratório na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
Além da análise dos metais pesados, a pesquisa também avalia o carbono orgânico do solo e a presença em áreas de cacau cabruca, sistema agroflorestal da Mata Atlântica. Resultados adicionais devem ser divulgados em breve.
“A ideia é fortalecer políticas públicas voltadas à sustentabilidade rural, valorização da produção de cacau de qualidade e adaptação da agricultura às mudanças climáticas”, afirma Tatiana.
O estudo reforça o potencial da Bahia como produtora de cacau de alta qualidade, ambientalmente sustentável e seguro.