Cafeicultura

Associação Brasileira assina parceria para mudar a forma de classificação de cafés especiais

Entidade passa a adotar o sistema CVA, que amplia o conceito de qualidade, considerando também aspectos físicos, afetivos e descritivos

Imagem ilustra a nova classificação de cafés especiais adotadas pelo Brasil
Foto: ClickerHappy/Pexels

A Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) e a Specialty Coffee Association (SCA) anunciaram uma parceria estratégica que marca um novo capítulo na avaliação de cafés especiais no Brasil.

Durante a Specialty Coffee Expo, realizada em Houston, nos Estados Unidos, as entidades assinaram um Memorando de Entendimento (MoU), que oficializa a adoção do sistema Coffee Value Assessment (CVA) como protocolo nacional de qualidade para o setor.

Maior produtor e exportador mundial de café e segundo maior consumidor global, o Brasil torna-se o segundo país a incorporar o CVA em sua estrutura oficial, seguindo os passos da Colômbia.

Características do sistema Coffee Value Assessment

O modelo proposto pela SCA amplia o conceito de qualidade, considerando não apenas o sabor, mas também aspectos físicos, afetivos, descritivos e extrínsecos do café. O objetivo é oferecer uma linguagem comum entre produtores e compradores e promover uma avaliação mais holística e inclusiva.

A parceria também prevê ações voltadas à educação e capacitação profissional. Para isso, a BSCA liderará a expansão do programa educacional da SCA no Brasil, oferecendo treinamentos e certificações reconhecidas internacionalmente a diferentes elos da cadeia produtiva — de produtores a torrefadores.

A proposta visa democratizar o acesso a uma formação de excelência, preparando os profissionais brasileiros para atuar em um mercado global cada vez mais exigente e competitivo.

“Este memorando reflete nosso compromisso de fortalecer a liderança do Brasil em cafés especiais por meio de inovação, educação e conexão global”, afirmou Vinicius Estrela, diretor-executivo da BSCA. Já o CEO da SCA, Yannis Apostolopoulos, destacou que a iniciativa contribui para uma indústria cafeeira mais transparente e inclusiva.