Pesquisa da Kynetec

Cafeicultura brasileira movimentou US$ 493 milhões em defensivos agrícolas na safra 2024/25

Valor representa uma queda de 1% ante à temporada anterior, puxada por recuos nos preços dos produtos e pelo impacto cambial negativo

café
Foto: José Fernando Ogura/Arquivo Agência de Notícias do Paraná

A cafeicultura brasileira movimentou US$ 493 milhões em defensivos agrícolas na safra 2024/25, segundo levantamento da Kynetec, uma das principais consultorias de pesquisa do agronegócio. O valor representa uma leve queda de 1% em relação à temporada anterior, puxada por recuos nos preços dos produtos e pelo impacto cambial negativo.

De acordo com a pesquisa, os preços dos defensivos em reais caíram 10%, mesma variação da desvalorização cambial, o que afetou o faturamento em dólar. No entanto, a intensificação dos tratamentos fitossanitários compensou parcialmente esse cenário: houve aumento de 20% na intensidade de aplicações para proteção das lavouras. Com isso, a área potencial tratada (PAT) atingiu 35,2 milhões de hectares.

Entre os segmentos, os fungicidas foliares lideraram as vendas, movimentando US$ 143 milhões – praticamente estável frente aos US$ 145 milhões da safra anterior. As misturas do tipo stroby mix representaram 36% desse total, seguidas por cúpricos (25%), produtos para tratamento de florada (21%), premium (12%) e para controle complementar da ferrugem (4%).

Os produtos aplicados via solo ou drench, com jato dirigido ao sistema radicular, somaram US$ 107 milhões, ocupando 22% do mercado – uma queda de três pontos percentuais. Já os inseticidas foliares movimentaram US$ 106 milhões, com crescimento de 6% e participação de 20% no mercado total da cultura.

Herbicidas mantiveram os mesmos 19% de participação do ciclo anterior, com vendas de US$ 94 milhões. Já os nematicidas tiveram forte avanço: passaram de 8% para 15% de adoção e cresceram 40% em valor, movimentando US$ 26 milhões.

A área cultivada com café nas regiões analisadas foi de 2,1 milhões de hectares, mantendo-se estável em comparação à safra passada. Na visão da Kynetec, os dados indicam a continuidade de investimentos na proteção das lavouras, mesmo diante de adversidades econômicas e cambiais.