O Norte de Minas Gerais, conhecido pelo clima seco e pelas altas temperaturas, vem se consolidando como nova fronteira para o cultivo do cacau
Foto: Letícia Fagundes/Agência Minas

O Governo de Minas Gerais informou, nesta segunda-feira (3), que pesquisas da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), realizadas com apoio da administração estadual, junto da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), indicam que a região norte do estado reune condições favoráveis para a produção de cacau, com potencial de expansão além do semiárido, alcançando áreas do Cerrado.

De acordo com o engenheiro agrônomo e especialista em fitotecnia da Unimontes, Victor Martins Maia, atualmente no estado de Minas Gerais, cerca de 480 hectares estão ocupados com plantações de cacau. A expectativa é que, até 2026, a área chegue a três mil hectares cultivados.

O pesquisador coordena o Centro Tecnológico para Cacauicultura em Regiões Não Tradicionais (CTCRNT), que recebeu investimento de aproximadamente R$ 3,5 milhões da Fapemig. A instituição conduz estudos sobre irrigação, tipos de mudas e adubação voltados à produção de cacau em áreas de clima mais seco.

Plantio a pleno sol

A produção no norte de Minas é viabilizada pela técnica de plantio a pleno sol, realizada em consórcio com lavouras de banana. O método difere do cultivo tradicional, típico da Mata Atlântica, onde o cacau é plantado à sombra. Nos sistemas mineiros, os clones são cultivados sob as bananeiras durante cerca de dois anos, passando por podas até se adaptarem às condições de campo e iniciarem a produção.