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Foto: José Fernando Ogura/Arquivo Agência de Notícias do Paraná

O avanço do mercado de cafés especiais tem impulsionado a abertura de microtorrefações em Minas Gerais. De janeiro a agosto deste ano, quase 50 novos empreendimentos foram registrados no estado com a atividade de “torrefação e moagem de café”, alta de 48% em relação ao mesmo período de 2024, segundo a Receita Federal.

No total, Minas Gerais soma 863 negócios no segmento, a maioria de microempresas.

A microtorrefação consiste em torras artesanais de café em pequena escala, com microlotes de no máximo 30 sacas, comercializados em grão ou moído, em pacotes de 200g a 3kg. O método permite maior controle sobre o processo de torrefação e realça as características de cada grão.

Além dos aspectos técnicos, os produtores também podem investir em marcas próprias, agregando valor emocional aos cafés. Para Celírio Inácio, diretor executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC), os cafés não são mais uma commodity, tpdos eles têm uma história por trás.

“Na microtorrefação, o movimento para construir esse storytelling é muito forte. Que não valoriza apenas a Indicação Geográfica (IG), mas reconhece o terroir da região ao avaliar a combinação de fatores naturais (clima, solo, altitude e relevo) e a os humanos, com as práticas de cultivos que influenciam o sabor e a qualidade do grão em uma região específica”, afirma Inácio.

O público do café vendido por microtorrefações busca conhecimento sobre os grãos especiais, que devem apresentar aspectos como rastreabilidade (origem do café), sustentabilidade e notas sensoriais.

“E para além destes requisitos, os empreendedores que atuam na microtorrefação devem ter conhecimento sobre torra, maquinário e paladar. Por isso, é importante o investimento também em capacitação”, acrescenta Inácio.