Estimativa

Produção de café deve crescer 2,7% em 2025, mesmo com ano de baixa bienalidade

Volume estimado é de 55,7 milhões de sacas, puxado pela recuperação do conilon

Imagem ilustra as cotações do café robusta
Foto: Wenderson Araujo/Trilux - Confederação da Agricultura e Pecuária

Apesar de 2025 ser um ano de bienalidade negativa – quando os cafezais naturalmente produzem menos – a safra brasileira de café deve apresentar crescimento de 2,7% em relação à temporada anterior, alcançando 55,7 milhões de sacas de 60 quilos. Caso o número se confirme, será o maior volume registrado em anos de baixa bienalidade, superando a marca de 2023 em 1,1%.

Os dados foram divulgados nesta terça-feira (6) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no 2º Levantamento da Safra de Café 2025.

O crescimento é impulsionado principalmente pela forte recuperação na produtividade do café conilon, que deve bater recorde com 18,7 milhões de sacas. O avanço é de mais de 28% na comparação com 2024, resultado da regularidade climática nas fases mais críticas da cultura, que favoreceu floradas intensas e bom pegamento de frutos.

Já o café arábica, mais sensível à bienalidade, deve ter queda de 6,6% na produção, com estimativa de 37 milhões de sacas. Em Minas Gerais, maior estado produtor, a colheita esperada é de 25,65 milhões de sacas. A redução também reflete os impactos da seca prolongada entre abril e setembro de 2024, que afetou o vigor das lavouras e comprometeu o potencial produtivo.

Em relação ao espaço de cultivo, a área total destinada à cultura do café deve crescer 0,8%, alcançando 2,25 milhões de hectares. A área em produção, no entanto, deve encolher 1,4%, ficando em 1,86 milhão de hectares, enquanto a área em desenvolvimento (voltada a futuras colheitas) deve avançar 12,3%, padrão típico de anos de menor produção.

Exportações de café

Depois de um ano histórico para as exportações de café, quando o Brasil embarcou 50,5 milhões de sacas em 2024, os três primeiros meses de 2025 registraram leve queda no volume exportado: foram 11,7 milhões de sacas, 1% a menos que no mesmo período do ano passado, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

A retração já era esperada, devido à redução de estoques internos após o forte desempenho de vendas externas nos anos anteriores.

Por outro lado, a receita com exportações aumentou 68,9% no período, totalizando US$ 4,1 bilhões no primeiro trimestre de 2025. O aumento no valor é atribuído à alta dos preços do café no mercado internacional.