Apresentado na última edição da Semana Internacional do Café (SIC), o Projeto Carbcafé tem impulsionado a sustentabilidade em Rondônia. Segundo o estudo da Embrapa, a cafeicultura das Matas de Rondônia tem apresentado resultados positivos na captura de carbono, estocando CO2 no solo
Foto: Carlos Ronquim

Apresentado na última edição da Semana Internacional do Café (SIC), o Projeto Carbcafé tem impulsionado a sustentabilidade em Rondônia. Segundo o estudo da Embrapa, a cafeicultura das matas do estado tem apresentado resultados positivos no balanço de carbono, estocando CO2 no solo.

O Projeto Carbcafé faz parte da divisão Embrapa Territorial, que compilou o Balanço de Carbono da cafeicultura de Rondônia. O estudo foi apresentado em Belo Horizonte (MG), e na COP30, realizada em Belém (PA).

Durante a SIC, o pesquisador Carlos Ronquim, da Embrapa Territorial, apontou que a produção de café na região das Matas de Rondônia apresenta um saldo anual de 4 toneladas de carbono sequestrados por hectare.

O resultado é definido pela diferença entre o carbono estocado nas plantas e as emissões geradas ao longo do processo produtivo.

De acordo com a pesquisa, os cafeeiros sequestram, em média, 2,3 vezes mais carbono do que emitem, reforçando o potencial do café robusta amazônico como uma ferramenta estratégicade mitigação das mudanças climáticas.

Os dados foram obtidos a partir de análises laboratoriais de 150 plantas adultas, avaliadas em dez propriedades rurais, além de informações coletadas em campo por meio de entrevistas e reuniões com cafeicultores.

Com o uso de geotecnologias e imagens de satélite, o levantamento também identificou desmatamento zero em sete dos 15 municípios analisados entre 2020 e 2023. Nos demais municípios, foram observados indícios de supressão florestal em menos de 1% da área total ocupada pela cafeicultura, evidenciando o compromisso da atividade com a preservação ambiental.

O estudo mostra ainda que mais da metade do território dos 15 municípios das Matas de Rondônia permanece coberta por florestas. O que representa cerca de 2,2 milhões de hectares de vegetação nativa.

Além da apresentação dos resultados científicos, a sessão especial da SIC, liderada pela Embrapa Rondônia e parceiros, marcou o lançamento do livro “Café Canéfora: Ciência, Sabor e Identidade” e de um documentário sobre os Robustas Amazônicos, valorizando a identidade produtiva e cultural da região.