Valorização

Café de Mandaguari conquista Indicação Geográfica e entra para o grupo de produtos paranaenses com o selo

Reconhecimento, dado na terça-feira, valoriza a tradição, o sabor único e a força da agricultura familiar no Noroeste do Paraná

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Foto: Ari Dias/Agência de Notícias do Paraná

O Café de Mandaguari acaba de entrar oficialmente no mapa dos produtos de origem reconhecida no Brasil. Nesta terça-feira (1º), o grão produzido no Noroeste do Paraná conquistou a Indicação Geográfica (IG) concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), tornando-se o 20º produto paranaense a receber o selo.

A área reconhecida pela IG abrange seis municípios: Apucarana, Arapongas, Cambira, Jandaia do Sul, Mandaguari e Marialva, destacando uma produção marcada por qualidade diferenciada, tradição e forte presença da agricultura familiar.

“Participamos de todas as etapas desse processo, desde a ideia inicial até a entrega do selo”, relata Walter Feichtinger, técnico do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná). “Foi um trabalho coletivo e muito técnico, que exigiu dedicação e articulação ao longo do tempo.”

Mais do que um certificado, a IG representa um instrumento estratégico. “Ela protege a tradição local, reforça a reputação do produto e atrai consumidores que valorizam autenticidade e qualidade”, destaca Feichtinger.

A conquista é resultado de uma mobilização que envolveu IDR-Paraná, Seab, Sebrae/PR, UTFPR e a Associação dos Produtores de Café de Mandaguari. Para Luiz Carlos da Silva, consultor do Sebrae/PR, a IG marca o início de um novo ciclo: “É uma grande conquista. A partir de agora, o café ganha visibilidade e valor agregado, impulsionando o desenvolvimento econômico e os pequenos negócios rurais.”

Reconhecida desde 2012 como a Capital do Café, Mandaguari também aposta no turismo rural, com destaque para a Rota do Café, onde o visitante acompanha o cultivo do grão de perto. A cidade de 36,7 mil habitantes agora vê sua principal vocação agrícola ganhar projeção nacional.

Pesquisas da UFPR reforçam o diferencial do produto. Segundo estudiosos, existe um microrganismo natural que preserva os açúcares do grão, garantindo um sabor mais doce, com notas de chocolate, caramelo e frutas vermelhas.

Com uma cafeicultura formada por 85% de agricultores familiares, o Paraná colhe agora os frutos de uma tradição que se reinventa sempre.