O início de abril trouxe alívio parcial para o setor agropecuário com o retorno das chuvas sobre boa parte das regiões produtoras do Brasil. No entanto, devido ao comportamento ainda isolado das precipitações, algumas áreas seguem prejudicadas pelos efeitos acumulados da seca registrada entre fevereiro e março, conforme mostram dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e analisados pela DATAGRO.
“Há áreas em que choveu 48,8 mm próxima a Colina e Bebedouro, e há áreas em que choveu 10,0 mm na região de Catanduva e Pindorama. Regiões que são distantes a cerca de 60 km no estado de São Paulo”, explica a consultoria.
Ainda assim, o cenário climático atual é mais favorável quando comparado ao primeiro trimestre do ano. A presença de frentes frias contribuiu para a redução da evapotranspiração, ao manter as temperaturas abaixo ou próximas da média climatológica, diminuindo o déficit hídrico em áreas sensíveis.
Destaques por cultura e região
• Café (Sudeste): já choveu mais de 50% do volume esperado para abril;
• Cana-de-açúcar (Centro-Sul): acumulado alcança cerca de 30% da média histórica do mês;
• Milho safrinha e pastagens: precipitações somam cerca de 25% do esperado;
• Região Sul: chuvas recentes aliviam a queda da Energia Armazenada (EA), que ainda está abaixo da média dos últimos cinco anos.
Previsões indicam continuidade das chuvas e nova frente fria
A previsão climática do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo (ECMWF) indica manutenção de temperaturas próximas à normalidade no Centro-Sul, com possibilidade de leve aquecimento nos próximos dias.
A próxima frente fria está prevista para o dia 23 de abril, com potencial para ser mais intensa do que a última. Embora ainda seja cedo para afirmar a possibilidade de geadas, a DATAGRO ressalta que o mês de abril historicamente apresenta baixo risco para esse tipo de evento.
Antes disso, a permanência da umidade na atmosfera deve garantir novas chuvas nos próximos dias. Para a segunda quinzena de abril, as previsões indicam precipitações acima da média em boa parte do país, o que poderá reverter o cenário de déficit hídrico acumulado no primeiro trimestre de 2025.