
A coinoculação na cultura da soja tem ganhado espaço no manejo agrícola brasileiro, impulsionada por seu potencial de aumentar a produtividade e proporcionar benefícios fisiológicos e nutricionais às plantas. É o que aponta a engenheira agrônoma Tatiza Barcellos, em artigo publicado no blog da Aegro.
A técnica consiste na aplicação conjunta de bactérias do gênero Bradyrhizobium com Azospirillum, sendo esta última representada principalmente pela espécie Azospirillum brasilense. Essa associação combina duas funcionalidades importantes: a fixação biológica de nitrogênio e a promoção do crescimento vegetal.
O Bradyrhizobium é amplamente utilizado para fixar nitrogênio atmosférico, transformando-o em compostos assimiláveis pelas plantas. Já o Azospirillum atua na produção de fitormônios, estimula o crescimento do sistema radicular e solubiliza fosfatos minerais, aumentando a disponibilidade de fósforo no solo. “A associação entre esses microrganismos visa, sobretudo, melhorar o fornecimento de nutrientes, fortalecer o sistema radicular e aumentar a tolerância a estresses ambientais”, explica Barcellos.
Resultados observados com a coinoculação
- Maior nodulação e eficiência na fixação biológica de nitrogênio (FBN);
- Aumento da absorção de água e nutrientes
- Elevação no vigor vegetativo e na produtividade das plantas.
Além dos ganhos agronômicos, a coinoculação é uma prática ambientalmente segura, com potencial de reduzir o uso de fertilizantes nitrogenados — o que representa economia e menor impacto ambiental.
Cuidados na aplicação dos inoculantes
Entretanto, por envolver microrganismos vivos, é necessário adotar cuidados no transporte, armazenamento e aplicação dos inoculantes. “É essencial seguir as orientações do fabricante, utilizar apenas produtos registrados no Ministério da Agricultura e realizar a semeadura no mesmo dia da coinoculação”, orienta a agrônoma.
Tatiza reforça que, quando bem aplicada, a técnica representa um investimento de baixo custo com alto retorno. “A coinoculação é uma tecnologia eficiente e sustentável que deve ser incorporada ao planejamento produtivo das lavouras de soja”, conclui.