Insumos agrícolas

Consórcio de bactérias aumenta produtividade do milho e reduz custos com fertilizantes

Unesp testa bactérias que aumentam produção de milho e reduzem custos

A imagem representa como as boas condições climáticas nas regiões produtoras da segunda safra de milho reforçam as expectativas de elevada produtividade
Foto: Alejandro Barrón/Pexels

Pesquisadores da Unesp, campus de Dracena, comprovaram que o uso combinado das bactérias Azospirillum brasilense e Bacillus subtilis no cultivo do milho pode aumentar a produtividade em 5,2% e reduzir em até 25% o uso de fertilizantes nitrogenados, com impacto direto nos custos de produção.

O estudo foi coordenado pelo agrônomo Fernando Shintate Galindo, da Faculdade de Ciências Agrárias e Tecnológicas (FCAT/Unesp), e teve apoio da Fapesp. Os testes de campo foram realizados em três regiões diferentes e confirmaram que a coinoculação dessas bactérias melhora a eficiência no uso do nitrogênio, estimula o crescimento radicular e aéreo das plantas e reduz o estresse oxidativo.

A aplicação dos microrganismos nas sementes também elevou a assimilação de CO₂ e o uso eficiente da água, promovendo maior desempenho fisiológico da lavoura. Segundo os pesquisadores, a prática permite reduzir a dose convencional de 240 kg de nitrogênio por hectare para 175 kg, com economia estimada de R$ 130 por hectare.

Se adotado em toda a área de milho cultivada no Brasil, o modelo pode gerar uma economia anual superior a R$ 2,8 bilhões, além de reduzir emissões em 682,5 kg CO₂e por hectare.

“Observamos que de fato a inoculação complementa a adubação nitrogenada com excelentes resultados, mas não a substitui. E quando é aplicado muito nitrogênio associado a esses microrganismos, a atuação deles é prejudicada, como uma espécie de overdose”, afirma Galindo.