Mudança de cenário

Crédito rural deve avançar no país nos próximos meses

À medida que as renegociações de dívidas foram implementas, os desembolsos vão evoluir e serem normalizados

Leitura: 2 Minutos
Projeto na Câmara cria programa de crédito rural simplificado
Foto: Crédito Rural/Divulgação

Os desembolsos de crédito rural na safra 2025/26 deverão evoluir e ser normalizados à medida que as renegociações de dívidas foram implementas, afirmou o secretário-adjunto de Política Agrícola do Ministério da Agricultura (Mapa), Wilson Vaz de Araújo, nesta quinta-feira (18), em evento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que apresentou projeções para a nova temporada que se inicia.

Na sua visão, a queda de 23% na concessão de financiamentos nos dois primeiros meses da temporada (julho e agosto), para cerca de R$ 93 bilhões, não é um bom indicador de como será o acesso aos empréstimos neste ciclo agrícola.

“Estamos num processo de renegociação de dívidas em algumas regiões, houve problema de liquidez, algumas iniciativas como as recuperações judiciais, e um nível relativamente maior de inadimplência“, contextualizou Wilson.

“Talvez os dados de julho e agosto não sejam um bom indicador do que vai acontecer no crédito, vai normalizar e veremos como será a parte creditícia para a safra mais à frente“, completou.

Segundo o secretário-adjunto, a regulamentação das renegociações das dívidas deve sair até o início da próxima semana. “Tão logo evolua nas negociações, o crédito de custeio começa a ter contratação”, afirmou.

A demanda por crédito de custeio e investimento está em R$ 1,1 trilhão por safra no país, de acordo com as perspectivas de área plantada e de custo de produção. “Temos recorde na oferta de recurso para financiamento, com cerca de R$ 594 bilhões no Plano Safra, e expectativa de recorde de área e produção, o que essa safra vai confirmar”, disse.

Presente no evento, o vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar do Banco do Brasil, Gilson Bittencourt, disse que as projeções da Conab para a safra 2025/26 indicam que haverá bastante demanda por crédito, apesar do momento de aumento de inadimplência.

“Boa perspectiva de safra, para nós, também é boa perspectiva seja do financiamento e do recebimento dos nossos créditos“, apontou Bittencourt.