Levantamento

Emater divulga diagnóstico inédito da agricultura familiar em Goiás

Estudo aponta principais desafios e potencialidades para o setor no estado; horticultura, leite e fruticultura lideram entre atividades mais promissoras

Agricultura familiar
Foto: Kampus Production/Pexels

Como parte das ações da Semana da Agricultura Familiar, a Emater Goiás divulgou nesta quarta-feira (24) os resultados preliminares da Pesquisa de Diagnóstico da Agricultura Familiar em Goiás, realizada entre 25 de junho e 11 de julho. O levantamento traça um panorama inédito sobre os principais gargalos, demandas e oportunidades do setor no estado, com base na percepção de produtores rurais e agentes do campo em 131 municípios goianos.

Segundo o presidente da Emater, Rafael Gouveia, a iniciativa visa embasar a formulação de novas políticas públicas voltadas ao desenvolvimento rural. “Nossa equipe técnica está realizando a análise completa dos dados e, a partir deles, nós vamos direcionar as nossas ações”, afirmou.

Perfil dos respondentes

O público da pesquisa foi majoritariamente composto por produtores rurais (55,6%), seguidos por técnicos da Emater e de outras instituições (27%), representantes de cooperativas e sindicatos (6,7%), colaboradores do setor (3,7%), gestores públicos (1,4%) e outros perfis (5,6%).

Do total de participantes, 52,1% se identificaram como homens e 47,9% como mulheres. A maioria atua na agricultura familiar de Goiás possui entre 11 e 30 anos, enquanto o grupo com mais de 30 anos representa a menor parcela.

Principais desafios no campo

Na produção vegetal, os principais entraves apontados foram:

  • Custo elevado dos insumos (76,4%);
  • Falta de máquinas e implementos agrícolas (61%);
  • Escassez de mão de obra (57,6%);
  • Dificuldade de acesso ao crédito rural (51,4%);
  • Pragas e doenças (45,5%);
  • Problemas na comercialização (42,7%);
  • Ausência de assistência técnica (26,4%);
  • Infraestrutura e logística deficiente.

Na produção animal, os entrevistados destacaram:

  • Alto custo dos insumos (63,8%);
  • Dificuldades na comercialização (53,4%);
  • Acesso ao crédito (51,4%);
  • Alimentação dos animais (48%);
  • Falta de mão de obra (45,5%);
  • Manejo, abate e doenças também foram mencionados.

No setor agroindustrial, o principal entrave é o acesso a linhas de crédito (58,9%), seguido por:

  • Comercialização (52,4%);
  • Custo dos insumos (50,7%);
  • Falta de mão de obra (47,6%);
  • Ausência de legislação específica (45,6%);
  • Máquinas inadequadas (42,3%);
  • Deficiências estruturais e logísticas;

Atividades mais promissoras

Quando questionados sobre quais atividades agropecuárias oferecem mais perspectivas para a agricultura familiar em suas regiões, a horticultura apareceu em primeiro lugar. Em seguida, os entrevistados citaram a pecuária de leite e, por fim, a fruticultura.

Segundo o gerente de Pesquisa Agropecuária da Emater e idealizador do estudo, Cleiton Mateus, os dados reunidos serão essenciais para guiar os próximos passos da instituição.

“Com base nesse diagnóstico, podemos direcionar investimentos e parcerias para atender as cadeias produtivas que mais precisam de apoio”, destacou.

A versão final da pesquisa, com análise estatística detalhada e recomendações de políticas públicas, será publicada nos próximos meses e deve servir como referência para decisões estratégicas no campo goiano.