A Embrapa Amapá reforçou as medidas de contenção contra o fungo Rhizoctonia theobromae, causador da vassoura-de-bruxa da mandioca, e ampliou as restrições de acesso a seus campos experimentais.
Agora, além da unidade do Cerrado (km 43 da BR-210), que já havia adotado protocolos de biossegurança em junho, as restrições passam a valer também para os campos de Fazendinha, em Macapá, e de Mazagão. A decisão ocorre após a identificação da doença em uma área de produção de maniva-semente da instituição em Porto Grande (AP).
Os empregados seguem trabalhando, mas sob regras mais rígidas. Entre as práticas adotadas estão a desinfecção obrigatória de calçados e veículos, além da proibição de circulação entre setores sem higienização adequada. Também foi reforçado o monitoramento das lavouras de mandioca para detecção precoce de sintomas e a capacitação de equipes em boas práticas fitossanitárias.
Em nota, a Embrapa destacou que a saúde dos campos experimentais é essencial para a preservação do patrimônio genético da mandioca, incluindo o Banco de Germoplasma localizado em Mazagão. “A colaboração de todos é fundamental para a eficácia das medidas de proteção e para a continuidade de nossa missão de impulsionar uma agricultura sustentável”, afirmou o documento.
Ameaça à produção brasileira de mandioca
O avanço do fungo é considerado uma ameaça grave. Em 2024, análises da Embrapa Amapá em parceria com a Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA) confirmaram ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) a presença do patógeno no Brasil. O agente pode se espalhar por meio de material vegetativo infectado, ferramentas de corte, solo e até água, aumentando o risco de atingir novas áreas produtoras.
O Mapa declarou estado de emergência fitossanitária nos estados do Amapá e Pará em janeiro de 2025, por meio da Portaria nº 769. Em março, instituiu o Programa Nacional de Prevenção e Controle da Vassoura-de-Bruxa da Mandioca, que orienta medidas conjuntas para reduzir a ameaça da praga quarentenária no país.