Fruticultura brasileira

Frutas e plantas típicas do Nordeste prometem transformar a indústria farmacêutica

Pesquisa da Universidade Tiradentes testa produtos e patentes inovadoras e sustentáveis, que fortalecem comunidades extrativistas locais

Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) adquiriu mais de 40 tipos de frutas no mês de fevereiro
Foto: Ricardo Stuckert/PR - Governo Federal

Pesquisas inovadoras da Universidade Tiradentes (Unit), por meio dos programas de pós-graduação em Biotecnologia Industrial (PBI) e Saúde e Ambiente (PSA), estão explorando o potencial bioativo de plantas típicas do Nordeste brasileiro para desenvolver produtos cosméticos e farmacêuticos sustentáveis.

Os estudos resultaram em patentes, cooperações internacionais e impacto direto nas comunidades extrativistas da região.

Um dos destaques é uma membrana cicatrizante desenvolvida com polímeros da mangaba, fruto típico da região, que já recebeu patente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e se mostrou eficaz na regeneração da pele. A inovação também impulsiona o empreendedorismo local, como no caso da Marvan Saboaria, que já utiliza a mangaba em sabonetes artesanais.

Outro projeto promissor é a criação de tintas capilares naturais à base de jenipapo, conduzido pelo doutorando Adilson Allef Moraes Santana. A pesquisa visa oferecer uma alternativa aos cosméticos convencionais, evitando compostos químicos e atendendo à crescente demanda por produtos cruelty-free e eco-friendly.

Na área de fotoproteção, a pesquisadora Thigna de Carvalho Batista desenvolve um protetor solar vegano e multifuncional, também com bioativos regionais. Parte do estudo será realizada em colaboração com a Universidade do Porto, em Portugal, evidenciando o alcance global da pesquisa e o compromisso da Unit com a cooperação acadêmica internacional.

Além da inovação científica, os projetos impulsionam a bioeconomia regional, valorizando o saber tradicional de comunidades como as catadoras de mangaba e promovendo inclusão social por meio do uso sustentável da biodiversidade local.

As iniciativas da Unit e do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP) posicionam a instituição como referência em cosmética humanizada, alinhando ciência, sustentabilidade e impacto social positivo.