Por trás do Morango do Amor

Agricultura familiar origina maior parte da produção de morango no Espírito Santo

Estado colheu 32.884 toneladas da fruta no ano passado e movimentou cerca de R$ 396,4 milhões em renda rural

Foto: divulgação/Governo ES
Foto: divulgação/Governo ES

A recente popularização do chamado “morango do amor” — fruto de grande porte, aparência atrativa e apresentação diferenciada — tem ampliado a visibilidade da cadeia produtiva do morango no Espírito Santo.

Por trás do apelo estético e midiático, o estado apresenta um grande desempenho no cultivo da fruta, com números que colocam os agricultores capixabas em posição de destaque no cenário nacional.

Segundo levantamento da Gerência de Dados e Análises da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), a partir de dados das Pesquisas Experimentais do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), o Espírito Santo colheu 32.884 toneladas de morango em 2024, um aumento de 5,4% em relação a 2023.

Atualmente, a produção ocupa uma área total de 297 hectares, distribuída por cerca de 15 municípios. Santa Maria de Jetibá lidera o ranking, com 25.800 toneladas, o equivalente a mais de 78% do total. Domingos Martins (3.375 toneladas) e Venda Nova do Imigrante (1.800 toneladas) completam os três maiores produtores em volume.

“A produção de morango no Espírito Santo mostra o potencial competitivo da agricultura familiar, que origina a maior parte da produção da fruta no Estado. O morango movimentou cerca de R$ 396,4 milhões em renda rural no ano passado, sendo um dos principais produtos da fruticultura capixaba”, destaca o secretário de estado da Agricultura, Enio Bergoli.

Com produtividade média superior a 110 toneladas por hectare, o Espírito Santo se posiciona como uma referência no cultivo do morango, especialmente nas regiões de montanha, onde as condições climáticas favorecem a qualidade da fruta.

Cultivo de morango em sistema semihidropônico

O sistema de plantio semihidropônico tem se expandido recentemente como uma alternativa tecnológica para a produção de morango em ambiente protegido.

Nesse modelo, as plantas são cultivadas suspensas sobre bancadas elevadas entre 0,80 metro e 1 metro, substituindo o solo por substratos com fertirrigação. A configuração permite ao produtor realizar o manejo em pé, reduzindo o desconforto físico e gerando economia com mudas, já que permite múltiplas safras com as mesmas plantas. Com isso, a produtividade tende a aumentar.

O morango já integra o calendário de eventos e festivais gastronômicos do estado, fortalecendo também o turismo rural.

Além da venda in natura, os produtores vêm apostando em produtos derivados, como geleias e doces, ampliando as oportunidades de renda e agregando valor à produção. A expectativa da Seag é que a cultura continue em expansão, com o fortalecimento das cadeias locais e regionais, e a consolidação do morango como uma das frutas símbolo da agricultura capixaba.