Fonte: Pexels
Fonte: Pexels

A Epagri vem promovendo a diversificação da produção agrícola em Santa Catarina como estratégia para fortalecer a viabilidade econômica das propriedades rurais.

Um exemplo prático dessa iniciativa foi o Dia de Campo realizado em Palmeira, no dia 24, reunindo produtores de diversas cidades da região da Serra Catarinense.

O evento ocorreu na propriedade do fruticultor Celso Claudino e do genro João Carneiro, criadores da Palm Berries, um projeto de destaque no cultivo de mirtilo em meio a florestas de pinus.

Palm Berries: sucesso em apenas 2 hectares

Com uma área de apenas 2 hectares, Celso e João cultivam cerca de 3 mil pés de mirtilo. Cada planta produz entre 5 e 10 quilos da fruta. A comercialização já atinge todo o Brasil, com preços que variam de:

  • R$60/kg no varejo
  • R$30/kg no atacado (sem embalagem)

“Se o produtor colher 10 toneladas por hectare, pode alcançar R$250 mil por safra”, afirma João Carneiro.

Fruta saudável, de fácil manejo e com bom retorno

O mirtilo, além de nutritivo, é uma cultura de rápido retorno financeiro.

Diferente do pinus, que exige quase uma década para dar lucro, a planta de mirtilo pode começar a produzir já no ano seguinte ao plantio, se utilizada uma muda de qualidade.

“É uma planta fácil de manejar e não usamos veneno. Fazemos tudo de forma orgânica”, explica o produtor Celso.

Adaptação ao clima e solo da Serra Catarinense

A extensionista Maêve Silveira Castelo Branco, da Epagri de São Joaquim, explica que o mirtilo se adapta muito bem à Serra Catarinense, inclusive quando cultivado entre florestas de pinus, como no caso da Palm Berries.

“O mirtilo é originário da América do Norte e se desenvolve bem em sub-bosques, como onde há pinus. Exige atenção ao solo e à água, mas pode ser plantado em pequenas ou grandes áreas”, ressalta Maêve.

Dia de Campo inspira novos produtores

O evento promovido pela Epagri atraiu produtores de toda a região, inclusive de municípios mais distantes, como Cerro Negro, de onde veio a agricultora Ana Claudia Wawrzyniak.

“Tenho 130 pés de mirtilo e também cultivo amora e framboesa. Visitar um lugar onde deu certo me deu ainda mais motivação para crescer”, disse Ana Claudia.

Expectativas positivas para a cultura do mirtilo

O secretário de Agricultura de Lages, Pedro Donizete de Souza, destacou o potencial da fruta para os pequenos produtores familiares.

“É uma cultura com mercado garantido e ideal para ser conduzida com a família. A região só tem a ganhar com o mirtilo”, afirmou.