O cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro deve colher 294,81 milhões de caixas de 40,8 kg de laranja na safra 2025/26, aponta a segunda reestimativa do Fundecitrus, divulgada nesta quarta-feira (10).
Foto: Wenderson Araujo/Trilux

O cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro deve colher 294,81 milhões de caixas de 40,8 kg de laranja na safra 2025/26, aponta a segunda reestimativa do Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura), divulgada nesta quarta-feira (10).

O volume é 3,9% menor em relação à primeira reestimativa da safra, divulgada em setembro, que apontava uma produção de 306,74 milhões de caixas, e 6,3% abaixo da primeira projeção, de maio, que apontava uma colheita de 314,60 milhões de caixas.

Segundo o Fundecitrus, as duas principais razões para a redução da safra são a diminuição do tamanho dos frutos, em função da escassez de chuva, e a elevação da projeção da taxa de queda, de 22% para 23%, devido ao crescimento da severidade do greening, ao ritmo da colheita e às próprias condições climáticas.

Clima 

A precipitação média acumulada no cinturão citrícola de maio a novembro de 2025 foi de 392 milímetros, 20% a menos do que a média histórica (1991-2020), de 489 milímetros.

Detalhadamente, a região de Porto Ferreira (SP) foi a única que registrou volume pluviométrico acima da média histórica (2%). No Triângulo Mineiro, o déficit foi de 47% em relação à média histórica e em Bebedouro (SP), de 40%.

Considerando a média de todas as variedades, os frutos devem ser colhidos com 4 gramas a menos do que o peso projetado em setembro. Portanto, o número médio de laranjas necessárias para completar uma caixa de 40,8 kg aumenta de 258 (158 gramas/fruto) para 265 frutos (154 gramas/fruto).

Queda de frutos

A severidade média de greening no cinturão citrícola, que saltou de 19% em 2024 para 22,7% em 2025, reduzindo em cerca de 35% o potencial produtivo do parque, constitui a principal explicação para a elevação da projeção da taxa de queda de 22% na reestimativa passada para 23% nesta reestimativa.

“A taxa de crescimento da doença vem caindo, mas a severidade média está aumentando. Hoje, 26,5% das laranjeiras com greening apresentam sintomas em mais de 75% da copa. Quando esse alastramento do greening pelas copas das árvores se junta ao déficit hídrico, a taxa de queda de frutos tende a aumentar”, explica o diretor-executivo do Fundecitrus, Juliano Ayres.

Também concorrem para a elevação da projeção da taxa de queda o ritmo da colheita e o clima. Para que atingissem a maturidade ideal e fossem colhidos em seu melhor momento, os frutos permaneceram mais tempo nas árvores.

Além disso, ventos fortes atípicos foram registrados no mês de setembro em todo o cinturão citrícola, com rajadas de 50 a 90 km/h que, somados ao déficit hídrico, contribuíram para o aumento da queda de frutos.