Dois cultivares da Embrapa são resistentes à forma mais grave da murcha de Fusarium, a raça 4 Tropical (R4T), uma das principais causas de prejuízo para as bananeiras. A confirmação foi feita através de uma pesquisa da entidade na Colômbia, que comprovou a resistência das espécies BRS Princesa e BRS Platina ao patógeno.
O teste foi feito em uma área contaminada pela Murcha do Fusarium na Colômbia, como parte da estratégia preventiva adotada pelos pesquisadores da Embrapa.
“Enviamos três híbridos comerciais desenvolvidos pelo programa e eles foram 100% eficientes, sendo que um vai ser lançado em 2026”, informa Edson Perito Amorim, líder do Programa de Melhoramento Genético de Banana e Plátano da Embrapa Mandioca e Fruticultura (BA).
O fundo que causa a murcha de Fusarium é o Fusarium oxysporum f. sp. cubense (Foc), que também pode ser encontrado em 17 países da Ásia, África e Oceania. O patógeno é disseminado por solo contaminado a partir de sapatos e ferramentas, mudas de bananeira e plantas ornamentais hospedeiras.
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“A descoberta abre caminho para o uso dessas variedades como barreiras naturais contra a disseminação da doença em escala global. Endêmica em todas as regiões produtoras de banana, a murcha de Fusarium provoca prejuízos bilionários, ao contaminar colheitas e impor restrições às exportações”, diz a Embrapa.
Anteriormente chamada de mal-do-Panamá, a raça R4T ainda foi detectada em território brasileiro, mas está presente em países vizinhos, como a Colômbia, Peru e Venezuela, todos fazem fronteira com o Brasil.
“Há alguns anos, o Ministério da Agricultura priorizou essa praga no sistema de vigilância oficial para evitar a sua chegada ao território nacional e, caso ela chegue, atuar com a maior agilidade possível para minimizar seus impactos. Esse trabalho é realizado para dar tempo para a pesquisa produzir resultados. E eles chegaram”, diz o auditor fiscal federal Agropecuário Ricardo Hilman, gestor da Coordenação de Controle de Pragas do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas do ministério.
