Hortifrúti

Pós-colheita é fundamental para garantir competitividade dos hortifrútis

Elo pouco discutido entre a cadeia produtiva é essencial para garantir que frutas e hortaliças cheguem frescas, saborosas e com valor agregado às gôndolas

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A imagem representa o Certificado Fitossanitário Eletrônico (e-Phyto) do Ministério da Agricultura
Foto: Divulgação/Ministério da Agricultura (Mapa)

A pós-colheita é um elo pouco discutido, mas com grande impacto sobre a qualidade dos alimentos e a competitividade do setor de hortifrúti. É no intervalo entre a colheita e o consumo que se decide se frutas e hortaliças chegarão frescas, saborosas e com valor agregado às gôndolas dos supermercados e das feiras.

O desafio da pós-colheita é que nenhuma tecnologia avançada é capaz de compensar falhas básicas, como uma colheita descuidada, a ausência de refrigeração e a falta de higiene ou embalagens adequadas, fatores que comprometem todo o trabalho da cadeia. Quando um elo falha, todos perdem, do produtor ao consumidor.

Pensando nisso, a revista Hortifrúti Brasil, elaborada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), reuniu na edição de setembro uma série de especialistas que vivenciam a pós-colheita na ciência e na prática para compartilhar suas experiências no campo, nos galpões de beneficiamento e no varejo.

Ao longo das discussões, ficou claro que as ações do setor precisam ser integradas, com responsabilidades compartilhadas e que tecnologias que podem fazer grande diferença já estão disponíveis.

Com a experiência de quem transformou o campo, galpões e gôndolas em laboratórios vivos, a Dra. Milza Moreira Lana, pesquisadora da Embrapa Hortaliças, é categórica: não existe uma única solução.

Tecnologia não faz milagre. Se o produto chega danificado do campo, não há refrigeração ou boas práticas que salvem a qualidade. Não adianta investir em frio se o varejo reempacota e amassa folhosas”, alerta Milza.

Pesquisadores da HF Brasil indicam que defender a pós-colheita é sustentar políticas, ciência e gestão – do campo à gôndola do supermercado – e fortalecer a educação do consumidor, para que tenha maior consciência sobre o que comprar e como consumir. Só assim será possível garantir qualidade, reduzir desigualdades e minimizar perdas e desperdício.