Hortaliças

Com apoio técnico e cultivo protegido, Espírito Santo bate recorde na produção de pimentão

Produção salta para 32 mil toneladas com apoio do cultivo em estufas e valorização dos preços pagos ao produtor

Com apoio técnico e cultivo protegido, Espírito Santo bate recorde na produção de pimentão

A produção de pimentão no Espírito Santo deu um salto em 2024. Segundo o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), o estado registrou um crescimento de 32,2% no volume colhido em relação ao ano anterior, passando de 24.339 toneladas, em 2023, para 32.200 toneladas neste ano. Para completar, todo esse avanço acompanha a expansão da área plantada, que aumentou 31%, saltando de 712 para 933 hectares.

O incremento veio sem grandes alterações na produtividade média do pimentão, que se manteve estável em cerca de 34 toneladas por hectare. Para o extensionista Galderes Magalhães, dois fatores principais explicam esse crescimento: o aumento no preço pago ao produtor e a adoção crescente do cultivo protegido do pimentão.

“O pimentão teve valorização importante. Em 2024, a média foi de R$ 4,00 o quilo, com pico de R$ 5,52 em abril. Isso animou os agricultores a investir mais, principalmente em tecnologias que oferecem mais segurança e estabilidade na produção”, destaca Galderes, coordenador do Centro Regional de Desenvolvimento Rural Central Serrano, do Incaper.

O cultivo protegido, feito dentro de estufas, tem sido protagonista nesse novo cenário. A técnica, incentivada pelo Incaper, oferece benefícios como menor incidência de pragas e doenças, redução no uso de defensivos e frutos com melhor qualidade e aparência. Além disso, protege contra intempéries, como chuvas e ventos fortes, tornando a produção mais previsível e rentável.

Santa Maria de Jetibá é o destaque estadual, respondendo por mais de 30% da produção de pimentão. Lá, muitos produtores migraram do campo aberto para as estufas, como João Adevaldo Bandeira. “Antes era só prejuízo com praga e clima. Agora, com a estufa, a gente tem mais controle, menos perda e a qualidade melhorou muito. No começo é investimento, mas vale a pena”, conta.

Apesar de exigir manejo cuidadoso, o cultivo protegido do pimentão permite produção quase o ano todo e abre portas para maior renda. Em 2023, o pimentão foi a sexta hortaliça com maior valor bruto de produção no estado, somando R$ 104,7 milhões. A expectativa, segundo o Incaper, é de que o Espírito Santo siga crescendo na cultura, consolidando-se como um dos principais produtores do Brasil