Agricultura

Inadimplência rural atinge menos de 5% da carteira de crédito do BB

Instituição já desembolsou mais de R$ 40 bilhões do Plano Safra 25/26 e adota maior rigor em financiamentos a juros livres

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Fonte: Pexels
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O Banco do Brasil (BB) minimizou os efeitos do aumento da inadimplência em sua carteira de crédito rural, hoje próxima de R$ 405 bilhões. Segundo o vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar do BB, Gilson Bittencourt, os atrasos representam menos de 5% do estoque, enquanto 95% dos produtores seguem adimplentes e acessando novas operações.

Em entrevista coletiva concedida nesta quinta-feira (18), após evento na Companhia Nacional de Abasteciento (Conab), Bittencourt afirmou que o banco já desembolsou mais de R$ 40 bilhões do Plano Safra 2025/26 desde julho, com destaque para as linhas de custeio do Pronaf e do Pronamp, que mantêm desempenho semelhante aos anos anteriores.

Já as contratações para investimentos apresentam “redução expressiva”, atribuída à menor liquidez no campo. Entre grandes produtores, a retração vem sendo parcialmente compensada pela emissão de Cédulas de Produto Rural (CPRs).

De acordo com o executivo, muitos agricultores estão ajustando o caixa para lidar com margens mais apertadas, sem comprometer a próxima safra. “Não adianta ampliar o crédito se há dificuldades geradas pela redução da rentabilidade. O ajuste é natural e até saudável”, avaliou.

Em meio ao cenário, o BB reforçou as exigências de garantias e intensificou a análise de risco, sobretudo em financiamentos com juros livres. “Com a Selic atual, é preciso ter maior precaução. O aumento da inadimplência em alguns setores nos levou a adotar uma postura mais rigorosa, com análise de crédito mais detalhada, o que é normal em um momento como este”, explicou Bittencourt.

Apesar do maior rigor, o banco projeta que os recursos do Plano Safra chegarão à maioria dos produtores, contribuindo para a viabilização da safra atual. Para Bittencourt, a inadimplência elevada em segmentos específicos não compromete a saúde da carteira rural do BB nem a continuidade do financiamento agrícola no país.