Artesanato

Capim-dourado ganha mapa detalhado no Tocantins para preservar tradição indígena

Governo mapeia áreas de ocorrência da planta em veredas do território Krahô e reforça a proteção de uma tradição ancestral

Capim-dourado
Foto: Banco de imagens/Embratur

Do brilho dourado de bolsas e jarros artesanais até o cuidado com o território, existe muito mais do que beleza por trás do capim-dourado: há cultura, tradição e natureza em cada trama. Para fortalecer essa cadeia e garantir o uso sustentável da planta, o Governo do Tocantins está conduzindo uma nova etapa de georreferenciamento das áreas onde a espécie ocorre naturalmente, especialmente nas veredas do território Krahô, nos municípios de Itacajá e Goiatins.

A ação, coordenada pela Secretaria de Estado dos Povos Originários e Tradicionais do Tocantins (Sepot) e pelo Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), aconteceu entre os dias 9 e 13 de junho, com visitas a nove aldeias Krahô. O objetivo é validar a geolocalização das áreas e mapear a ocorrência da planta Syngonanthus nitens, conhecida popularmente como capim-dourado, matéria-prima de uma das mais emblemáticas expressões culturais do Tocantins.

Segundo a analista técnica da Sepot, Lorayne Ferreira, o trabalho de campo utilizou drones para gerar imagens detalhadas, que foram comparadas a registros de satélite.

“Com isso, conseguimos maior precisão no mapeamento e também ouvimos as comunidades sobre todo o ciclo do capim, da coleta à saída do território em forma de artesanato ou hastes secas”, explica.

O artesanato com capim-dourado, feito por povos indígenas como os Xerente e os Krahô, é uma tradição reconhecida como manifestação cultural nacional. A técnica ancestral envolve trançar as hastes douradas da planta para criar bolsas, bijuterias, ornamentos e utensílios.

Durante as visitas, também foram registradas outras espécies similares, como sempre-vivas e chuveirinho, mas que, segundo os técnicos, não são adequadas para o artesanato por se deteriorarem mais facilmente.

A próxima etapa do trabalho será a definição, junto à comunidade, de estratégias de ação alinhadas à Lei nº 3.594/2019, que estabelece diretrizes para o uso sustentável do capim-dourado e do buriti.