
A demanda global por farelo de soja cresceu na última semana, elevando fortemente os preços futuros do derivado na Bolsa de Chicago (CBOT).
Segundo o novo boletim semanal do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), publicado nesta segunda-feira (27), a alta externa influenciou as negociações do farelo no Brasil, à medida que aumentou o interesse de compradores, até mesmo dos que têm estoques alongados, em formalizar novos contratos “frame” – modalidade que abrange operações com recebimento de médio a longo prazo.
O mercado de soja em grão, por sua vez, apresentou baixa liquidez na semana passada, com produtores brasileiros mantendo o foco nas atividades de campo, ainda atentos ao déficit hídrico, especialmente em regiões do Sudeste e do Centro-Oeste do País.
Apesar das chuvas registradas nas duas últimas semanas em boa parte do território nacional, que permitiram o avanço dos trabalhos, agentes relatam necessidade de maior umidade no solo para que as lavouras melhor se desenvolvam.
Preços do milho seguem em alta
Outro levantamento do Cepea-Esalq/USP, também divulgado hoje, mostra que as cotações do milho seguem em alta, impulsionadas pela retração de produtores, que continuam focados nas atividades de campo e também atentos ao ritmo das exportações.
Por outro lado, ressalta o centro de pesquisas, a demanda desaquecida vem limitando um aumento maior de preços. “Muitos compradores negociam apenas quando há necessidade, consumindo, por ora, estoques e/ou lotes que foram negociados antecipadamente”, aponta o Cepea-Esalq/USP.
No campo, pesquisadores ressaltam que o clima vem sendo positivo aos trabalhos envolvendo a safra de verão.
“O retorno das chuvas deve favorecer as regiões produtoras do Sul do País e sobretudo permitir a semeadura, em 2026, da segunda safra no Centro-Oeste no período considerado ideal. Assim, as expectativas são de que a produção brasileira do cereal seja boa na próxima temporada”, finaliza o Cepea-Esalq/USP.