Foto: Pedro Guerreiro/Ag. Pará
Foto: Pedro Guerreiro/Ag. Pará

A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG) realizou, no início deste ano, o primeiro levantamento sobre a produção de cacau no estado, em que foram detectados 480 hectares ocupados pela cultura.

O estudo, iniciado em março, indica que a cultura está se expandindo em território mineiro, especialmente na região Norte. De acordo com os dados preliminares a produção estimada é de 161 toneladas por ano. A Emater-MG ressalta que esses números devem crescer à medida que novas áreas forem identificadas.

“O levantamento surgiu de uma demanda das equipes regionais, que observaram o interesse crescente de produtores pelo cacau. Incluímos a cultura em nosso acompanhamento de safra justamente para subsidiar políticas públicas e orientar possíveis compradores sobre onde a produção está localizada”, explica o coordenador técnico de Fruticultura da Emater-MG, Deny Sanábio.

A região norte de Minas Gerais concentra a maior parte das plantações, com destaque para Jaíba, que lidera o cultivo com 256 hectares — o equivalente a 53% da área total do estado. Em seguida aparecem Janaúba (120 hectares), Bandeira (64 hectares) e Matias Cardoso (25 hectares).

Segundo Sanábio, o cacaueiro encontra condições favoráveis de desenvolvimento em regiões quentes e com baixa umidade, desde que conte com irrigação adequada. Por isso, muitos produtores da região apostam em sistemas consorciados de cacau com banana, aproveitando a estrutura já existente para a prática.

“O cacau não tolera ventos fortes nem frio intenso, e o excesso de umidade favorece doenças como a vassoura-de-bruxa. As áreas irrigadas do Norte de Minas são ideais, mas é preciso conhecimento técnico, pois a cultura exige investimentos e manejo cuidadoso. Após a colheita, a amêndoa precisa passar por fermentação, secagem e armazenamento adequados”, orienta o coordenador.

A autoridade também alerta que a oferta de mudas ainda é limitada, exigindo planejamento antecipado por parte dos produtores. Os primeiros frutos surgem entre dois e três anos após o plantio, mas a produção comercial só se consolida a partir do quarto ano.