Os Estudos do Instituto Agronômico (IAC) de Campinas descobriram que o controle de pragas e doenças nas culturas de milho podem ser previstos a partir do monitoramento das condições agrometeorológicas, que auxilia no uso racional e sustentável de inseticidas.
Com base em diversos ensaios durante quatro anos, a equipe do IAC realizou análises preliminares sobre o efeito das mudanças climáticas em diferentes regiões do estado de São Paulo em busca de respostas básicas para os indicadores que influenciam bactérias, fungos, vírus e insetos nos milharais.
Objetivos e Práticas do Estudo
A pesquisa foi capaz de avaliar características térmicas e bioclimáticas nas diferentes produções de milho, além da observação do desenvolvimento de pragas como a lagarta-do-cartucho, diabrótica e cigarrinha.
Além disso, a produção de mapas agrometeorológicos ajudou nas indicações para a possibilidade de desenvolvimento dos insetos nos períodos semanais ou mensais. Com essa informação, o produtor é capaz de organizar os estoques dos inseticidas e realizar o melhor uso, de maneira racional e sustentável, do produto, para o controle de pragas.
Angélica Prela Pantano, pesquisadora do IAC, estabeleceu limites térmicos e hídricos que as possibilidades de ocorrência para cada praga:
- Diabrótica: a praga se desenvolve melhor nas condições nas quais a temperatura máxima média do ar varia entre 26°C e 32°C , e a mínima entre 14°C e 18°C. Além de precipitações superiores a 20 mm o acúmulo de chuvas superiores a 60 mm;
- Lagarta-do-cartucho: possui melhor crescimento nas temperaturas máximas médias entre 26°C e 33°C , e mínimas entre 14°C e 18°C, preferindo períodos com níveis de precipitações menores que 20 mm;
- Cigarrinha-do-milho: aproveita o seu desenvolvimento quando as temperaturas máximas médias ficam entre 26°C e 32°C, e as mínimas entre 16°C e 18°C, desconsiderando a relevância das chuvas na produção;
Potenciais de infestações e efeitos do estudo
O monitoramento também pode indicar possibilidade de infestações e seu potencial nas culturas, dividindo em três diferentes categorias:
- Favorável: quando as condições meteorológicas ajudam no desenvolvimento da praga, com a possibilidade de um ataque de garu elevado;
- Razoável: quando as condições climáticas não auxiliam completamente, mas também não inibem o desenvolvimento do inseto;
- Desfavorável: quando o clima não ajuda no desenvolvimento e o inibem;
A pesquisa, que utilizou parâmetros meteorológicos para desenvolver o sistema de monitoramento, permite a análise individualizada por localidade, reforçando a importância do monitoramento climático e auxiliando no uso de inseticidas de maneira sustentável e eficiente para os agricultores.