
Durante a entressafra de verão, a Fazenda Escola Capão da Onça, da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), adotou o nabo forrageiro como planta de cobertura. Embora sem finalidade comercial, o objetivo do cultivo é proteger e revitalizar o solo, preparando-o para o próximo ciclo de produção agrícola.
A técnica é aplicada em áreas que anteriormente abrigaram culturas de soja, milho e feijão. Agora, com o plantio do nabo forrageiro, a terra ganha mais vida: essa planta possui raízes agressivas, que auxiliam na descompactação do solo e formam galerias naturais para maior infiltração de água. Além disso, ela absorve e devolve ao solo nutrientes essenciais como nitrogênio, potássio e fósforo, preparando o terreno para as próximas culturas.
Estudos realizados pela UEPG apontam que o uso do nabo como planta antecessora pode gerar aumento de até 25% na produtividade do milho. A planta se desenvolve rapidamente, absorve nutrientes do solo e atrai polinizadores, como as abelhas, que têm impacto direto na produtividade de culturas como a soja. Segundo o professor Orcial Bortolotto, coordenador da Fazenda Escola, o aumento pode variar entre 3% e 5%, representando um acréscimo de até R$ 450 por hectare com a presença dos polinizadores.
Além disso, outro benefício do cultivo de nabo é o controle natural de ervas daninhas. Com o rápido crescimento do nabo forrageiro, a incidência de luz no solo se torna menor. Isso dificulta a germinação dessas plantas indesejadas, e diminuindo a aplicação de defensivos agrícolas.
Após o crescimento do nabo, a equipe da Fazenda Escola realiza o rolamento – uso de um trator com rolo compressor e facilitar a incorporação dos nutrientes ao solo. Em seguida, é feita a dessecação, preparando o solo para o cultivo de verão.