Pesquisadores da Embrapa se juntaram com quatro universidades brasileiras de três regiões do país e um instituto italiano de pesquisa para desenvolver uma técnica inovadora que identifica e discrimina milho transgênico de variedades convencionais.
A abordagem combina espectroscopia de plasma provocada por laser (LIBS) com algoritmos de aprendizado de máquina, oferecendo uma alternativa rápida, precisa e acessível aos métodos tradicionais.
Atualmente, a detecção e quantificação de alimentos e rações geneticamente modificados é realizada pelo teste padrão baseado na Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), que detecta e quantifica a presença de proteínas específicas de DNA na amostra. Apesar de sua boa precisão e sensibilidade, esse método é demorado e caro.
Técnicas validadas
Além de ser mais eficiente em termos de tempo e custo, a técnica foi validada com 160 amostras de seis variedades de milho, sendo quatro transgênicas e duas convencionais. Uma pesquisa revelou que o carbono teve um papel crucial na diferenciação das amostras. Esse estudo representa a primeira validação externa para a classificação de milho transgênico.
Utilização
O método tem grande potencial para ser aplicado em laboratórios de análise de alimentos, centros de controle de qualidade, indústrias agroalimentares e órgãos reguladores, além de possibilitar maior transparência e segurança na cadeia de suprimentos alimentares.
A próxima fase do projeto busca ampliar a base de dados e tornar a metodologia mais acessível, com dispositivos portáteis. O milho, sendo a cultura com o maior número de eventos transgênicos, é amplamente cultivado no Brasil, com 90% da produção nacional sendo geneticamente modificada.