A floresta amazônica se reafirma como motor da bioeconomia global. No Acre, seringueiros transformam o extrativismo em renda sustentável, levando a borracha nativa para marcas internacionais, como, por exemplo, a marca francesa de calçados, Veja.
O fortalecimento dessa cadeia produtiva reúne cooperativas, governo e setor privado. A Coopercintra, em Rodrigues Alves, coordena o trabalho de 18 famílias extrativistas, que coletam látex em comunidades tradicionais. O material segue para a Cooperacre, que abastece empresas globais com borracha de alta qualidade, certificada e rastreável.
“Hoje a gente trabalha com 18 famílias de seringueiros em dois municípios, Rodrigues Alves e Cruzeiro do Sul, em seis comunidades em que o produtor coleta nas suas áreas, traz para a cooperativa, a gente pesa, faz o pagamento e depois, quando a gente termina o período de safra, a gente transporta para Cooperacre, que encaminha para o destino, ou seja, para que a Veja faça a produção dos tênis”, afirma Queline Souza, diretora-executiva da Coopercintra.
Para garantir valorização e segurança aos trabalhadores da cadeia da borracha, o governo do Acre implementou um sistema inovador de pagamento direto de subsídios. A medida foi possível graças à parceria com o Banco do Brasil, que passou a depositar o benefício diretamente na conta dos extrativistas.
Segundo a Secretaria de Agricultura do Acre, mais de 70 produtores já foram contemplados pelo projeto-piloto. A iniciativa reduz burocracias, garante agilidade nos repasses e dá mais autonomia financeira às famílias da floresta.
O modelo reforça a importância do extrativismo sustentável, que preserva a floresta em pé e gera dignidade às comunidades tradicionais. Com apoio do Banco do Brasil, a cadeia da borracha acreana se projeta como referência mundial em bioeconomia.