Cacau amazônico

Pará registra primeira agroindústria artesanal de chocolate no Xingu

Região é conhecida pela produção de chocolate artesanal feito a partir de amêndoas de cacau de alta qualidade

agricultora segurando sementes de cacau

A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará) certificou a primeira agroindústria artesanal de chocolate na região do Xingu. A marca Chocolate Cacau Xingu, sediada em Brasil Novo, se destaca por utilizar sistemas agroflorestais, integrando cacaueiros ao cultivo sob a sombra de florestas nativas.

A Transamazônica já é conhecida pela produção de chocolate artesanal feito a partir de amêndoas de cacau de alta qualidade. Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), via Programa de Desenvolvimento da Cacauicultura (Procacau), Brasil Novo abriga cerca de 440 produtores. Além disso, o município possui uma área plantada superior a 14 mil hectares e produção anual acima de 10 mil toneladas. O volume representa 7,4% da produção total de cacau do Pará, estimada em 143 mil toneladas.

Para agregar valor ao cacau amazônico, a Adepará autorizou a produção de mais de dez tipos de chocolate, incluindo barras 100% cacau, geleias e nibs.

“O primeiro chocolate produzido com cacau orgânico da Transamazônica e Xingu segue rigorosamente as boas práticas de fabricação, garantindo conformidade com as normas higiênico-sanitárias”, explica Nelson Leite, fiscal agropecuário da Gerência de Produtos Artesanais Vegetais (GPAOV).

A agricultura familiar tem avançado na região, acompanhando as exigências do mercado.

“Cada certificado representa um misto de alegria e realização para nós do Serviço Oficial. Até a entrega do Selo de Certificação, são diversos processos nos quais a equipe local e os parceiros desempenham um papel fundamental”, destaca Lucionila Pimentel, diretora de Defesa e Inspeção Vegetal da Adepará.

O Chocolate Cacau Xingu adota o processo tree to bar (da árvore à barra), garantindo um modelo de produção artesanal que valoriza a origem do cacau. Essa certificação é a primeira desde a criação da Portaria nº 5094/2024, que regulamenta a produção e comercialização de chocolates artesanais e seus derivados.