Greening

Pará adota novas regras para proteger citricultura contra o greening

Entre as medidas principais está a proibição da entrada da planta murta no território paraense

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Foto: Adaptar

O greening é uma doença grave que assola as lavouras de citricultura e é uma das pragas mais temidas pelos agricultores. Pensando nisso, o Governo paraense publicou, nesta segunda-feira (23), uma portaria com medidas para proteger os pomares do estado, especialmente nas regiões nordeste e oeste, reconhecidas como livres da praga e também do cancro cítrico.

A nova regulamentação estabelece obrigações para produtores, viveiristas e demais integrantes da cadeia citrícola visando manter o estado livre da doença, já presente em outras regiões do Brasil, como São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, além de países vizinhos como Argentina e Uruguai.

Entre as medidas principais está a proibição da entrada da planta murta no território paraense. A murta é hospedeira do psilídeo (Diaphorina citri), inseto transmissor do greening que pode causar sérios prejuízos à produção de laranja, limão e tangerina.

Nos municípios classificados como Áreas Livres de Cancro Cítrico, fica proibida a entrada de sementes, mudas ou qualquer outro material de propagação de citros, com exceção de material genético in vitro, produzido em laboratório, que segue critérios rígidos de segurança.

A portaria também determina o cadastramento obrigatório das plantações de citros, que deve ser feito anualmente no Sistema de Gestão Agropecuária (Sigeagro) entre 1º de março e 31 de maio. Esse controle permite rastrear a origem das mudas e reduzir os riscos de contaminação.

Outra regra importante é a exigência de autorização prévia para entrada de material de propagação. O pedido deve ser feito com 60 dias de antecedência para mudas convencionais e 30 dias para material in vitro, que deve ser transportado em embalagens seguras e veículos telados ou totalmente fechados, impedindo o contato com insetos vetores.

“O material in vitro é livre de pragas e essencial para o avanço genético dos citros. Ao permitir sua entrada com segurança, garantimos inovação sem comprometer a sanidade dos pomares”, explicou Cleber Sampaio, gerente de Sementes e Mudas da Adepará.

Segundo ele, o controle no trânsito de mudas também combate o comércio informal, uma das principais vias de disseminação de pragas em pomares.