
Com o objetivo de conter a disseminação do greening, a mais grave doença da citricultura mundial, fiscais da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) estão realizando ações intensivas em pomares de ponkan nos municípios de Doutor Ulysses e Cerro Azul, localizados no Vale do Ribeira, principal região produtora de tangerinas do estado.
A força-tarefa integra a Operação Big Citros, que desde 2023 tem sido replicada em diferentes regiões do Paraná. Nesta nova etapa, 30 servidores da Adapar, divididos em 13 equipes, iniciaram visitas a propriedades com plantas sintomáticas, orientando os produtores sobre como identificar e lidar com a doença.
O trabalho começou com o mapeamento de cerca de 700 propriedades. Uma amostragem de 10% está sendo vistoriada nesta fase inicial. Os técnicos da Adapar explicam que o fiscal notifica o produtor para fazer o corte da árvore doente rente ao solo, com o cuidado de evitar a rebrota, pois a doença é sistêmica e pode voltar. A medida busca preservar a produtividade e evitar perdas maiores.
Causado por bactérias transmitidas principalmente pelo inseto psilídeo asiático (Diaphorina citri), o greening (ou HLB, Huanglongbing) provoca deformações nos frutos, redução de açúcares, acidez elevada e, em muitos casos, a morte precoce da planta. Até o momento, a presença do inseto transmissor não foi constatada na região, o que aumenta a importância da prevenção.
Além das inspeções, a Adapar tem intensificado ações educativas. Na última sexta-feira (27), uma reunião com produtores no Ceasa de Curitiba alertou sobre os riscos do comércio ilegal de mudas, que pode ser um dos principais vetores da doença.
O cenário de atenção levou à prorrogação da emergência fitossanitária no estado. O Decreto nº 10.445, assinado pelo governador em exercício Darci Piana, mantém por mais 180 dias as condições para que o Paraná atue com agilidade e efetividade no combate ao greening.