Produção de laranjas

Paraná vira referência nacional no combate ao greening

Fiscais do Sul do país visitam Paranavaí para conhecer método que já eliminou mais de 1 milhão de plantas com risco de contaminação

A imagem ilustra a ação do Paraná com foco na prevenção e erradicação do greening
Foto: Roberto Dziura Jr/Agência Estadual de Notícias

O trabalho integrado entre setor público, produtores e indústria no combate ao greening (HLB) no Paraná tem despertado interesse nacional. Nesta semana, fiscais de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul estiveram em Paranavaí, maior polo produtor de laranja do Estado, para conhecer essa metodologia, que já resultou na erradicação de mais de 1 milhão de plantas contaminadas ou em risco.

Considerada a doença mais severa da citricultura, o greening compromete a produção de laranjas, tangerinas e limões, podendo até inviabilizar a atividade em regiões inteiras. Desde 2022, o Paraná tem intensificado suas ações por meio da Agência de Defesa Agropecuária (Adapar), com apoio de prefeituras, indústrias como a Prat’s e agricultores locais.

Durante a visita, as equipes conheceram pomares comerciais, estabelecem ações de erradicação de plantas e participaram de encontros para debater o modelo de vigilância adotado no Paraná. Um dos marcos da estratégia é o Decreto 4.502/2023, que permite à Adapar autuar proprietários que não manejam plantas hospedeiras da doença.

Além disso, são realizadas campanhas de orientação para produtores, moradores e escolas, com cartilhas, reuniões e ações comunitárias. A Adapar também promove ações de fiscalização em viveiros, feiras e pontos de venda, para impedir a comercialização de mudas clandestinas.

O impacto do trabalho já se reflete na economia local. Em 2023, Paranavaí produziu 184 mil toneladas de laranja, movimentando R$ 189,1 milhões em Valor Bruto de Produção, segundo o Deral.

Estados como Santa Catarina, onde o greening já foi identificado desde 2022, e o Rio Grande do Sul, que continua livre da praga, pretendem aplicar parte da metodologia paranaense para conter ou evitar a chegada da doença.

“A preocupação é que, se o greening entrar, a necessária destruição de plantas em pomares e a queda de produção não serão apenas um problema econômico, mas também social porque falamos de municípios que sobrevivem basicamente da citricultura e feita por pequenos produtores“, alerta Alonso Duarte de Andrade, do Departamento de Defesa Vegetal do RS.