Manejo de solo

Pesquisa analisa impacto das queimadas na microbiota do solo

Pesquisa mostrou que, apesar da redução da biomassa microbiana, o solo demonstrou alta resiliência quando manejado com práticas regenerativas

solo humífero

Um estudo conduzido pelo Grupo GoGenetic, em parceria com a Fazenda Tropical e a Syncbio, analisou os impactos das queimadas na microbiota do solo e os benefícios do manejo sustentável na recuperação da fertilidade. A pesquisa foi realizada na Fazenda Tropical, em Montividiu (GO), utilizando metagenômica para avaliar a resposta do solo após um incêndio ocorrido em setembro de 2024.

Principais descobertas do estudo

Os resultados preliminares indicaram que, apesar da redução da biomassa microbiana, o solo demonstrou alta resiliência quando manejado com práticas regenerativas. O estudo analisou diferentes estágios do cultivo da soja, destacando a importância de:

  • Plantas de cobertura;
  • Rotação de culturas;
  • Mix de espécies na recuperação do microbioma.

Segundo Vânia Pankievicz, CEO da GoSolos, a estabilidade da microbiota foi essencial para a rápida restauração da fertilidade, comprovando os benefícios da agricultura regenerativa.

Impacto na produtividade e benefícios do manejo sustentável

Além da recuperação biológica, a pesquisa apontou um aumento de produtividade nas áreas afetadas, com incremento de até 12 sacas por hectare. De acordo com Bruna Souza, agrônoma da GoSolos, esse resultado reforça que o manejo sustentável fortalece o solo contra eventos extremos, embora as queimadas continuem representando um risco ambiental e produtivo.

O papel da tecnologia na recuperação do solo

A tecnologia foi fundamental na análise da resposta do solo ao incêndio. O monitoramento metagenômico identificou microrganismos benéficos e auxiliou na definição de estratégias eficazes de manejo. Segundo Daniel Mol, da Syncbio, a continuidade do estudo durante a safrinha permitirá avaliar os efeitos a longo prazo, ressaltando a importância da ciência e da inovação na construção de solos mais resilientes e produtivos.

O estudo reforça que a agricultura regenerativa pode minimizar os impactos das queimadas, promover a recuperação biológica do solo e aumentar a produtividade. A ciência e a tecnologia desempenham um papel essencial na construção de solos mais saudáveis, garantindo um futuro agrícola mais sustentável.