Estudo

Pesquisa desenvolve método para acelerar crescimento de frutos como a berinjela

Estudo foi conduzido nos Estados Unidos e busca mapear os genomas de 22 espécies de gênero Solanaceae, como batata e berinjela

Foto: Paul Magdas/Unsplash
Foto: Paul Magdas/Unsplash

Um estudo realizado por cientistas da Universidade Johns Hopkins, com apoio do Laboratório Cold Spring Harbor, nos Estados Unidos, aplicou a tecnologia CRISPR-Cas9 para identificar genes responsáveis pelo desenvolvimento das cavidades de sementes (lóculos) em tomates e berinjelas. A pesquisa abre caminho para a criação de frutos maiores e mais produtivos, com benefícios diretos para a agricultura.

O trabalho integra um projeto mais amplo que visa mapear os genomas de 22 espécies do gênero Solanaceae, incluindo culturas alimentares importantes como batata, tomate e berinjela. A equipe de pesquisadores focou em genes duplicados, conhecidos como parálogos, e avaliou os efeitos de sua edição genética. Os resultados mostraram que a modificação desses genes levou ao aumento do número de lóculos, acelerou o tempo de floração e gerou frutos maiores, fatores que podem melhorar significativamente a produtividade agrícola.

Aplicações em berinjela africana e tomate

Um dos achados mais relevantes ocorreu na berinjela africana, cultivada em regiões da África e no Brasil. Os cientistas identificaram o gene SaetSCPL25-like como responsável pelo número de lóculos no fruto. Com base nessa descoberta, aplicaram o conhecimento ao tomate, gerando variantes com mais lóculos, o que resultou em frutos maiores e potencialmente mais saborosos.

Transferência de conhecimento entre culturas agrícolas

Michael Schatz, geneticista da Johns Hopkins, afirmou que a abordagem permite transferir décadas de conhecimento obtido com os tomates para outras espécies, como a berinjela africana, promovendo avanços simultâneos em diversas culturas agrícolas.