Nesta terça-feira (5), a Secretaria da Assistência Técnica e Defesa Agropecuária do Piauí (Sada) e a Embrapa Meio-Norte deram início a um novo capítulo no agronegócio do estado, com a realização de uma visita técnica a uma propriedade rural no município de Nazária.
A ação marca o lançamento oficial do projeto “Cacau do Cerrado”, que busca transformar o Piauí em um dos principais polos de produção de cacau do Brasil, utilizando o modelo inovador de cultivo a pleno sol, já testado com sucesso no oeste da Bahia.
A experiência piloto está sendo conduzida na propriedade do agricultor familiar Antônio Cornélio, localizada no assentamento Campestre Sul.
Ele é o primeiro produtor no estado a apostar nesse modelo, o que representa um marco para a agricultura familiar da região.
Parceria estratégica entre setor público, agricultores e pesquisa
O projeto surge como resultado da articulação entre o setor público, agricultores e centros de pesquisa, com foco no desenvolvimento sustentável, no protagonismo dos produtores familiares e na valorização da produção regional.
Segundo Geyson Moura, diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural da Sada, a presença da secretaria e da Embrapa simboliza o compromisso com uma experiência pioneira que pode gerar impactos duradouros no campo.
De acordo com o pesquisador da Embrapa Meio-Norte, Eugênio Emérito, a ação também inaugura a estruturação de um projeto de pesquisa voltado ao cultivo de cacau adaptado às condições do Cerrado piauiense.
A partir de uma demanda da cooperativa Copper Cacau 1000, a visita técnica teve como objetivos avaliar e identificar necessidades agronômicas e definir prioridades de estudo em áreas como material genético, manejo, poda, irrigação, adubação e zoneamento climático.
Cacau do Cerrado: projeções e metas do projeto
A meta do projeto é ambiciosa: implantar 20 mil hectares de cacau em diversas regiões do Piauí, sendo que mil hectares devem ser ocupados já no primeiro ano.
Desse total inicial, metade contará com recursos públicos e a outra metade será financiada por investidores privados.
As projeções indicam a geração de 63 mil empregos diretos e 88 mil indiretos, com uma receita anual estimada em R$ 12,83 bilhões para o estado.
A adoção do sistema a pleno sol no Cerrado é estratégica. Ao eliminar a necessidade de árvores sombreadoras, o modelo reduz custos de implantação e pode aumentar significativamente a produtividade por hectare.
Essa mudança pode representar uma nova fase na fruticultura piauiense, com mais autonomia técnica e inserção no mercado nacional e internacional.
Próximos passos do projeto no Piauí
A próxima fase do projeto inclui:
- Consolidação de parcerias técnicas e financeiras;
- Desenvolvimento de pesquisas agronômicas específicas;
- Criação de Unidades de Referência Tecnológica (URTs);
- Implantação em municípios com vocação para fruticultura.
“A Sada se sente feliz em estar presente nessa experiência pioneira que une desenvolvimento rural e inovação”, afirmou Geyson Moura, diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural.