Cacauicultura

Piauí aposta no cacau e inicia projeto para novo polo no Cerrado

Iniciativa Nazária busca transformar o estado em novo polo da cultura cacaueira, com previsão de gerar mais de 150 mil empregos

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Foto: Paula Laboissiêre/Agência Brasil

Nesta terça-feira (5), a Secretaria da Assistência Técnica e Defesa Agropecuária do Piauí (Sada) e a Embrapa Meio-Norte deram início a um novo capítulo no agronegócio do estado, com a realização de uma visita técnica a uma propriedade rural no município de Nazária.

A ação marca o lançamento oficial do projeto “Cacau do Cerrado”, que busca transformar o Piauí em um dos principais polos de produção de cacau do Brasil, utilizando o modelo inovador de cultivo a pleno sol, já testado com sucesso no oeste da Bahia.

A experiência piloto está sendo conduzida na propriedade do agricultor familiar Antônio Cornélio, localizada no assentamento Campestre Sul.

Ele é o primeiro produtor no estado a apostar nesse modelo, o que representa um marco para a agricultura familiar da região.

Parceria estratégica entre setor público, agricultores e pesquisa

O projeto surge como resultado da articulação entre o setor público, agricultores e centros de pesquisa, com foco no desenvolvimento sustentável, no protagonismo dos produtores familiares e na valorização da produção regional.

Segundo Geyson Moura, diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural da Sada, a presença da secretaria e da Embrapa simboliza o compromisso com uma experiência pioneira que pode gerar impactos duradouros no campo.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Meio-Norte, Eugênio Emérito, a ação também inaugura a estruturação de um projeto de pesquisa voltado ao cultivo de cacau adaptado às condições do Cerrado piauiense.

A partir de uma demanda da cooperativa Copper Cacau 1000, a visita técnica teve como objetivos avaliar e identificar necessidades agronômicas e definir prioridades de estudo em áreas como material genético, manejo, poda, irrigação, adubação e zoneamento climático.

Cacau do Cerrado: projeções e metas do projeto

A meta do projeto é ambiciosa: implantar 20 mil hectares de cacau em diversas regiões do Piauí, sendo que mil hectares devem ser ocupados já no primeiro ano.

Desse total inicial, metade contará com recursos públicos e a outra metade será financiada por investidores privados.

As projeções indicam a geração de 63 mil empregos diretos e 88 mil indiretos, com uma receita anual estimada em R$ 12,83 bilhões para o estado.

A adoção do sistema a pleno sol no Cerrado é estratégica. Ao eliminar a necessidade de árvores sombreadoras, o modelo reduz custos de implantação e pode aumentar significativamente a produtividade por hectare.

Essa mudança pode representar uma nova fase na fruticultura piauiense, com mais autonomia técnica e inserção no mercado nacional e internacional.

Próximos passos do projeto no Piauí

A próxima fase do projeto inclui:

  • Consolidação de parcerias técnicas e financeiras;
  • Desenvolvimento de pesquisas agronômicas específicas;
  • Criação de Unidades de Referência Tecnológica (URTs);
  • Implantação em municípios com vocação para fruticultura.

“A Sada se sente feliz em estar presente nessa experiência pioneira que une desenvolvimento rural e inovação”, afirmou Geyson Moura, diretor de Assistência Técnica e Extensão Rural.