
O mercado de arroz em casca no Rio Grande do Sul continua apresentando baixa liquidez, aponta o novo boletim semanal do Cepea-Esalq/USP, divulgado nesta quarta-feira (19).
Apesar de uma leve melhora nos volumes beneficiados na semana passada, unidades de beneficiamento relataram quedas acentuadas nos preços do fardo. A oferta de venda aumentou, refletindo a necessidade de capitalização para cobrir os custos da colheita.
Como resultado, indica o centro de pesquisas, as cotações da matéria-prima também caíram significativamente, especialmente nas negociações “a retirar”, devido ao encarecimento do frete com a alta recente do diesel.
No balanço da primeira metade de março, o Indicador do arroz em casca feito em parceria com o Instituto Rio Grandense de Arroz (58% grãos inteiros, com pagamento à vista) acumulou baixa de 7,2%, encerrando a R$ 83,42/saca de 50 kg na última sexta-feira (14), o menor patamar desde julho de 2023.
Trigo
Ao contrário das cotações do arroz, os preços do trigo seguem em alta no Rio Grande do Sul, impulsionados pela disponibilidade limitada do cereal no mercado doméstico neste período de entressafra.
Segundo o Cepea-Esalq/USP, vendedores que ainda detêm o produto estão afastados das negociações, enquanto compradores estão mais ativos, em busca de novos lotes. “Assim, muitos demandantes têm se voltado às importações, que vêm apresentando valores atrativos”, explica o centro de pesquisas.
Quanto à safra de 2025, previsões iniciais da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam um aumento de 15,6% na produção de trigo frente à temporada de 2024, somando 9,117 milhões de toneladas.
A produtividade deve ter recuperação de 18%, indo para 3,04 toneladas/hectare, enquanto a área de cultivo deve cair 2,1%, para quase 3 milhões de hectares. Ainda segundo a Conab, essa redução na área se dá pelas incertezas quanto ao clima e ao mercado.