Cotações

Preços pagos aos produtores agropecuários expandiram fortemente no 1º trimestre deste ano

De acordo com o Cepea-Esalq/USP, avanço foi puxado pelo café, milho e arroba bovina

Contratos futuros de milho apresentam valorização no Brasil e Estados Unidos

Os preços pagos aos produtores agropecuários iniciaram 2025 em forte expansão. Segundo cálculos do Cepea-Esalq/USP, o Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários (IPPA) registrou avanço de 20,4% no primeiro trimestre deste ano frente ao mesmo período de 2024.

Na mesma comparação, os preços internacionais dos alimentos (FMI Food & Beverage Index – em US$) subiram 4%; os industriais (IPA-OG-DI produtos industriais), 7,1%; e a taxa de câmbio (R$/US$), 18%.

De acordo com pesquisadores do centro, a elevação do IPPA no início deste ano está relacionada às fortes altas observadas para o IPPA-Cana-Café, de 36,7%, para o IPPA-Pecuária, de 26,7%, e para o IPPA-Grãos, de 12,4%. Já o IPPA-Hortifrutícolas apresentou baixa no primeiro trimestre de 2025, de 10%.

Inflação por produto

No caso do IPPA-Cana-Café, o avanço do Índice se deve especificamente às altas do café (de 146,1%), tendo em vista que os valores da cana-de-açúcar recuaram (-1,6%) na comparação entre o primeiro trimestre deste ano e o mesmo período de 2024.

“O café foi negociado no mercado brasileiro a patamares recordes reais no primeiro trimestre de 2025, impulsionados pela oferta limitada do grão, pelos estoques apertados por conta da menor produção no Brasil e no Vietnã, pela demanda internacional firme e também por projeções que indicavam uma safra 2025/26 ainda pequena”, explica o Cepea-Esalq/USP.

Para o IPPA-Pecuária, todos os produtos que compõem o Índice subiram no primeiro trimestre: arroba bovina (32,8%), suíno (31,6%), leite (25%), ovos (16,7%) e frango (6,9%). Quanto ao IPPA-Grãos, o Índice foi influenciado pelas valorizações observadas para o algodão (1,5%), milho (27,7%), soja (9,5%) e trigo (17%). No caso do arroz, as cotações recuaram (-18,5%).

Já para o IPPA-Hortifrutícolas, o resultado negativo do índice se deve às retrações observadas para a batata (de significativos -60,6%), tomate (-19,1%), banana (-30,2%) e uva (-2,4%). No entanto, o movimento de alta para a laranja (de 33,9%) evitou que a queda deste Índice fosse ainda mais intensa.