
Os preços da soja subiram nos mercados nacional e internacional ao longo da última semana, destaca o mais recente boletim do Cepea-Esalq/USP, divulgado nesta segunda-feira (14).
Segundo pesquisadores do centro, no Brasil, a alta nos valores foi intensificada pela expressiva valorização do dólar frente ao Real – a moeda norte-americana chegou a ser negociada acima de R$ 6 na semana passada.
O ritmo de negócios no mercado spot nacional, no entanto, foi limitado pela forte oscilação cambial, que deixou parte dos agentes mais cautelosa e à espera de melhores oportunidades.
O setor nacional segue bastante atento ao contexto externo. No dia 9, o governo dos Estados Unidos suspendeu as tarifas recíprocas de vários países (incluindo o Brasil) por 90 dias, com exceção da China.
“Esse cenário trouxe certo alívio ao mercado e movimentou as transações internacionais, mas, por outro, acirrou a guerra comercial com a China, que, por sua vez, deve buscar intensificar as importações de outros países, como o Brasil – vale lembrar que a China já é o principal destino da soja brasileira”, explica o Cepea.
Milho
As cotações do milho reagiram na última semana em algumas regiões acompanhadas pelo Cepea-Esalq/USP, interrompendo o movimento de queda verificado desde o encerramento de março.
De acordo com pesquisadores do centro, a sustentação dos preços veio sobretudo do retorno de compradores em determinadas praças, como as de São Paulo. “Esses demandantes estiveram mais ativos porque buscavam recompor os estoques e se abastecer para as próximas semanas, quando feriados podem dificultar as entregas”, explica.
“Vendedores, no entanto, atentos ao aquecimento da demanda, voltaram a limitar a oferta e a pedir valores maiores”, completa.
Quanto à produção nacional da safra 2024/25, relatório divulgado na semana passada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontou para 124,74 milhões de toneladas, aumento de 8% frente à temporada anterior.
Feijão
O ritmo de negócios envolvendo o feijão esteve mais lento ao longo da última semana, e os preços caíram em praticamente todas as praças acompanhadas pelo Cepea-Esalq/USP.
No caso do feijão carioca, detalha o centro de pesquisas, mesmo com a oferta ainda limitada dos grãos de melhor qualidade, o avanço da colheita em algumas regiões e a postura mais cautelosa da indústria pesaram sobre os preços.
“Produtores consultados até tentam seguram suas ofertas de vendas, especialmente para os lotes armazenados em câmaras frias, mas, na média, a necessidade de liquidar os lotes de grãos de qualidade inferior acabou prevalecendo sobre as transações”, explica o Cepea.
No campo, de acordo com a Conab, até 5 de abril, 77,1% da área nacional da primeira safra 2024/25 havia sido colhida no Brasil.