Os valores dos contratos futuros do complexo soja negociados na Bolsa de Chicago vêm caindo nas últimas semanas, sobretudo os do grão e do farelo, destaca o novo boletim semanal do Cepea-Esalq/USP, divulgado nesta segunda-feira (7).
De acordo com pesquisadores do centro, além do avanço da colheita no Brasil (principal produtor e maior exportador mundial de soja) e dos estoques elevados nos Estados Unidos, as tarifas de importações impostas pelo governo norte-americano na semana passada e as consequentes retaliações devem reforçar o movimento de baixa nos próximos dias.
“No caso de produtos agrícolas, certamente, tarifas desta natureza inviabilizam as compras nos Estados Unidos e levam demandantes externos, como a China, a buscar novos fornecedores”, explica o Cepea.
Nesse ambiente, os preços da soja também recuaram no spot nacional, mas o movimento foi limitado pelo avanço dos prêmios de exportação no País, que, por sua vez, subiram diante da maior demanda internacional pelo grão brasileiro.
Milho
Assim como as cotações da soja, os preços do milho vêm caindo neste início de abril na maioria das praças brasileiras. Segundo o Cepea-Esalq/USP, a pressão vem sobretudo da demanda enfraquecida.
Consumidores, abastecidos e atentos à colheita da primeira safra, se afastaram das aquisições, à espera de novas baixas. Já vendedores estão mais ativos no mercado spot nacional, tentando negociar novos lotes, temendo que o ritmo das quedas nos preços se intensifique. Outros, contudo, continuam limitando o volume ofertado, de olho no desenvolvimento da segunda safra.
Nos últimos dias, o retorno das chuvas em partes das regiões produtoras melhorou a expectativa sobre o desenvolvimento e a produção da segunda safra, que responde por cerca de 80% da produção nacional. Além disso, as dificuldades logísticas diminuíram, tendo em vista a maior oferta de caminhões.
Feijão
Os preços dos feijões preto e carioca caminharam em sentidos opostos na última semana.
Enquanto as negociações do preto ocorrem a valores menores, pressionados pela maior disponibilidade do produto e pela chegada da nova safra, as envolvendo o feijão carioca registram cotações um pouco maiores, tendo em vista a disputa entre agentes por lotes desse grão.
No mercado de feijão preto, as baixas mais intensas foram verificadas em regiões do Paraná e de São Paulo. Para o feijão carioca, produtores seguem firmes em suas ofertas, sustentados pela baixa disponibilidade de lotes de qualidade, ainda de acordo com o Centro de Pesquisas.