
A partir da safra 2025/2026, produtores de soja do Paraná que adotarem boas práticas de manejo do solo poderão receber subvenções maiores no seguro rural. A medida faz parte do projeto-piloto do Zoneamento Agrícola de Risco Climático com Níveis de Manejo (ZarcNM), desenvolvido pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e pela Embrapa.
Pela nova metodologia, propriedades rurais serão classificadas em quatro níveis de manejo (NM1 a NM4), com base em seis indicadores objetivos que medem a qualidade física, química e biológica do solo. Quanto melhor for o manejo, maior o incentivo: os percentuais de subvenção vão de 20% (NM1) a até 35% (NM4). Hoje, o percentual padrão para a soja é de 20%.
Os critérios avaliados incluem tempo sem revolvimento do solo, cobertura vegetal antes da semeadura, rotação de culturas, saturação por bases, teor de cálcio e saturação por alumínio. Técnicas como plantio em nível também são exigidas. A avaliação será feita por meio do Sistema de Informações de Níveis de Manejo (SINM), plataforma digital que automatiza a classificação com dados de campo, sensoriamento remoto e análises laboratoriais georreferenciadas.
Segundo o pesquisador da Embrapa Soja, José Renato Bouças Farias, a iniciativa é essencial para reduzir perdas causadas por estiagens, principal ameaça à produção de grãos no país. “O ZarcNM evidencia a redução de risco por meio de uma estratégia de manejo bem conduzida, uma informação fundamental para o produtor, para as atividades de planejamento agrícola e para o seguro rural”, afirma.
O projeto foi apresentado no Congresso Brasileiro de Soja na tarde desta terça-feira (22). Além disso, a experiência no Paraná deve servir de modelo para futuras políticas agrícolas em outras regiões. A Instrução Normativa nº 2/2025, publicada em 9 de julho, oficializa as regras do projeto-piloto.
Além de incentivar práticas sustentáveis, o ZarcNM traz mais precisão ao cálculo do risco climático, promovendo um seguro rural mais justo e eficiente. Cooperativas, seguradoras e empresas de tecnologia atuarão como parceiras na implementação, com foco em ampliar a adesão dos produtores e garantir a qualidade das informações.